O Senado aprovou na tarde de terça-feira (8/10) a indicação do economista Gabriel Galípolo para ser presidente do Banco Central do Brasil entre 2025 e 2028. Em votação secreta, o painel do plenário totalizou 66 votos a favor e cinco contrários. Ele deve assumir o posto em 1º de janeiro.
“Nossos cumprimentos e votos de muito sucesso ao doutor Gabriel Galípolo, que será o próximo presidente do Banco Central do Brasil”, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, após anunciar a aprovação da indicação.
Antes da votação em plenário, o nome de Galípolo foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em reunião conduzida senador Vanderlan Cardoso (PSD), presidente da comissão. A indicação, feita pelo presidente Lula, foi aprovada na CAE por unanimidade, com 26 votos favoráveis e nenhum contrário.
De volta ao Senado após disputar a prefeitura de Goiânia, Vanderlan elogiou a postura de Galípolo, destacando a tranquilidade do processo e o equilíbrio nas respostas do economista a todas as perguntas. Segundo o senador, a escolha de Galípolo traz a confiança de que o Banco Central será bem conduzido.
Galípolo afirmou que, nas conversas que teve com o presidente Lula, foi garantida sua “liberdade na tomada de decisões”. Ele reforçou que nunca sofreu pressão do presidente e que seria leviano afirmar o contrário.
Questionado sobre as bets, Galípolo falou que o papel do BC não é regulamentar as casas de apostas, mas compreender o impacto dos gastos em consumo e endividamento. Sobre inflação, afirmou que a expectativa “incomoda” e mencionou a economia aquecida acima do esperado como influência para a alta dos preços.
Vanderlan elogiou o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacando sua “competência e resiliência” diante das pressões. Indicado pelo ex-presidente Bolsonaro e alvo de críticas de Lula, Campos Neto foi eleito três vezes o melhor presidente de Banco Central do mundo. Segundo Vanderlan, apesar das pressões de ambos os governos, Campos Neto manteve firmeza na política de juros e no controle da inflação, sendo reconhecido como um “craque”.
Novo presidente já trabalhou com Serra e presidiu banco
Gabriel Muricca Galípolo é o atual diretor de Política Monetária do Banco Central. Ele foi sabatinado para o cargo na CAE e teve a indicação confirmada no Plenário do Senado em julho de 2023. Natural de São Paulo (SP), tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).
O economista começou a carreira pública em 2007, quando José Serra (PSDB) tomou posse como governador de São Paulo. Naquele ano, Galípolo chefiou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos. No ano seguinte, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.