Desejado por outras siglas de centro-direita, o ex-deputado federal João Campos pode deixar o Republicanos, partido ao qual está filiado desde 2016, após longa trajetória no PSDB iniciada nos anos 2000, quando elegeu-se deputado pela primeira vez (na eleição de 2002). Depois de cinco mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, ele tentou no ano passado a vaga de senador, ao lado de Gustavo Mendanha (candidato a governador) e agora, após 20 anos, está sem cargo.
Pastor evangélico da Igreja Assembleia de Deus e delegado de polícia aposentado, o político tem forte ligação com Aparecida de Goiânia e, até pouco tempo, quando ainda presidia o Republicanos em Goiás, mantinha indicações no primeiro escalão da prefeitura. Sem mandato, ele foi substituído, em março, pelo presidente nacional do partido, Marcos Pereira, que nomeou Hildo do Candango, ex-prefeito de Águas Lindas de Goiás, para presidir o Republicanos no estado.
Na semana passada, o político admitiu em entrevista ao repórter Vinícius Portugal, do PORTAL NG, que tem recebido de diversas siglas propostas para se filiar, mas disse que isso “não está na mesa nesse instante”.
“Muitos partidos me convidam para estar filiando, mas isso não tá na pauta agora. O que está em discussão é que estou articulando candidaturas a vereador, prefeito e vice-prefeito no interior e na região metropolitana, menos em Goiânia, em função do prefeito Rogério”, disse, acrescentando que faz isso por vinculação pessoal, “independentemente de partido” e que está muito entusiasmado com o projeto.
Nos bastidores, o PORTAL NG confirmou que Campos já foi convidado para se filiar ao PSD. Outras siglas também já franquearam as portas para o político, que diz que tudo será tratado “com muito equilíbrio e com o pé no chão”.
Em princípio, ele afirma que não possui pretensões eleitorais para 2024, isto é, não tem a intenção de lançar-se candidato a prefeito. Mas é cotado para ser candidato a vice-prefeito em Aparecida de Goiânia, na chapa à reeleição de Vilmar Mariano (MDB). Por isso, antes de tomar qualquer decisão, Campos vai aguardar o andar das articulações, definições de nomes e encaminhamento de alianças partidárias, pois tudo isso será levado em conta para definir o futuro partido.
A reportagem apurou ainda que a possível saída de João Campos do Republicanos tem vários motivos, incluindo os projetos políticos dele para 2024, que corre, de certa forma, independente do partido. Mas o motivo principal seria a perda do comando estadual do partido, que passou a ser controlado por integrantes da Igreja Universal, leia-se Rogério Cruz, prefeito de Goiânia, e deputado federal Jeferson Rodrigues.
Mais recentemente, João Campos ficou chateado com a movimentação política do pelo deputado Jeferson Rodrigues e da cúpula do Republicanos, que indicaram, sem consultá-lo, a vereadora Valéria Pettersen (MDB) para a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida de Goiânia. Valéria é vista como potencial candidata a vice-prefeita e pode deixar o MDB para se filiar ao Republicanos.
