Hoje é 7 de julho de 2024 09:32
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Polícia investiga 2º caso de bebê que morreu após tomar injeção em UPA

Mãe afirma que médica só olhou para criança e já receitou a medicação; Secretaria de Saúde de Trindade disse que acompanhou o caso do Charles e constatou que não houve erro médico
Charles Souza, de 1 ano e 3 meses, morreu após receber uma dose de dipirona | Foto: Reprodução

A família do bebê Charles Souza, de 1 ano e 3 meses, também denunciou à polícia que ele morreu após tomar uma injeção com dipirona em UPA de Trindade. O boletim de ocorrência foi registrado pela mãe dele, Carolyne Souza Cares, de 23 anos, nesta quarta-feira (9/8).

Esse já é o segundo caso. Na última segunda-feira (7/8), a pequena Ayslla Helena Souza Lopes, de 5 meses, também morreu após tomar uma injeção com dipirona na unidade de saúde da cidade. 

“A gente vem para um lugar achando que vai ter um bom atendimento e sai sem o filho”, desabafou a mãe do bebê Charles Souza.

Por meio de uma nota, a Secretaria de Saúde de Trindade disse que acompanhou o caso do Charles e constatou que não houve erro médico.

A mãe contou à polícia que levou o filho até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 8 de maio deste ano, pois ele estava com febre, diarréia, vômito e secreção no ouvido. Segundo Cares, após uma espera de três horas, foi atendida por uma médica.

A mãe relata que a médica examinou Charles no colo dela, apenas passou a vista e sem nenhum exame disse que ele estava com uma infecção de ouvido. 

“Ela só chegou, olhou o ouvido dele. Em seguida, receitou que o bebê tomasse um medicamento com urgência na própria UPA e que voltasse para casa, onde ele tomaria um analgésico e antibióticos”, contou Carolyne Cares.

“A enfermeira disse que iria aplicar no bumbum dele e eu falei tudo bem, pois ela sabe mais do que eu. Como que aplica uma medicação em uma crianças, que no papel tá escrito urgente, e já manda para casa”, questionou Cares.

Ela ainda ressaltou que os profissionais não esperaram para avaliar se o bebê teria uma reação alérgica. Ao chegar em casa, Cares deu banho no filho e o colocou para dormir.

Três horas depois, ela percebeu que o bebê estava com a boca roxa e desacordado. Neste momento, correu para o hospital, onde ficou com o filho somente até o momento em que os profissionais tentavam localizar a veia de Charles. Após aguardar mais duas horas do lado de fora da sala, Cares conta que os profissionais informaram que o bebê havia morrido.

Após três meses da morte do filho, a mãe procurou a polícia, pois, segundo ela, até o momento está aguardando o resultado do laudo da causa da morte de Charles e que deseja que o caso seja investigado. 

A Secretaria de Saúde informou que o bebê foi diagnosticado com otalgia média aguda e, depois que foi medicado, a mãe foi orientada a voltar na unidade caso necessário.

Além disso, a pasta explicou que quando a família voltou de madrugada ao hospital, Charles estava com um quadro gravíssimo de febre e insuficiência respiratória, que evoluiu para parada cardíaca. 

“Mesmo se tratando de uma enfermidade clínica atestada pela equipe médica, a Secretaria acompanhou o desfecho desse óbito e constatou que não houve erro médico”, concluiu a SMS em nota.

Caso Ayslla Lopes

A família da pequena Ayslla Helena Souza Lopes, de 5 meses, denunciou à Polícia Civil que a bebê morreu após tomar uma injeção com dipirona. O caso aconteceu em Trindade.

Segundo a família, a menina foi diagnosticada com a doença “mão-pé-boca” e, entre as prescrições, a médica passou o medicamento para ser injetado, mas a enfermeira não encontrou a veia e pediu para aplicar no músculo, o que foi autorizado. 

Andréia Lopes, mãe da criança, disse que surgiu uma ferida com secreção no lugar da aplicação, a menina piorou e morreu na segunda-feira (7/8).

Um boletim médico indica que Ayslla morreu por insuficiência respiratória e choque séptico e que a injeção aplicada contribuiu para a morte. A delegada Cássia Borges explicou que será feita uma perícia no corpo da menina e o caso está sendo investigado.

Em nota, a Prefeitura de Trindade disse que instaurou sindicância administrativa interna, junto ao Núcleo de Segurança do Paciente, para verificar se houve algum equívoco na assistência prestada à paciente em relação às prescrições e modo de administração de medicamentos.

Além disso, a prefeitura informou que a equipe envolvida no caso já foi afastada de suas atribuições.

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