O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), rebateu ataques de vereadores que reclamaram da condução do Legislativo e levantaram suspeitas de irregularidades em contratos firmados durante a gestão do vereador. Sem demonstrar preocupação com os ataques, Policarpo disse que todos os contratos foram enviados para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM/GO) e foram licitados.
“Todos estão disponíveis no Portal da Transparência e estão devidamente justificados”, comentou.
O presidente da Câmara ainda avaliou como “normal” o questionamento, pontuando que é papel de todo parlamentar pedir explicações sobre o que considerar que possa estar equivocado.
“Todas as contratações realizadas pela Câmara Municipal de Goiânia estão disponíveis para consulta pública, em seu inteiro teor, no Portal da Transparência da Casa. A execução desses contratos pode ser acompanhada, em tempo real, pelo Sistema Unificado de Administração Pública do Poder Legislativo (Suap)”, informou Policarpo, em nota.
Na sessão de quarta-feira (25/10), vereadores do bloco denominado Vanguarda fizeram denúncias de supostas irregularidades em contratos da Câmara relacionados a serviço de publicidade, alugueis de carros e reforma de um auditório. Cobraram também a realização da eleição para eleger o novo 1º vice-presidente da Câmara.
Nesta quinta-feira (26), o assunto foi debatido em plenário durante a sessão ordinária. Da tribuna, Igor Franco (Solidariedade), líder do bloco Vanguarda, também acusou Romário Policarpo de fomentar crises entre o Legislativo e a prefeitura, para tirar vantagens da situação. O vereador defendeu o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e atribuiu a falta de avanço em ações do Executivo a supostas interferências do presidente da Câmara, por meio de aliados que Romário teria indicado em postos do segundo escalão na gestão de Cruz.
Sobre a realização da eleição para o cargo de 1º vice-presidente da Mesa Diretora, Romário Policarpo disse que essa decisão será tomada no momento oportuno, após ouvir a maioria dos vereadores.
“Essa é uma decisão de cunho pessoal do presidente que eu tomarei. Não serei pautado pelos outros”, declarou o parlamentar, em coletiva de imprensa.
“Assim como possuem o direito de cobrar, eu tenho de decidir. Não existe apenas o bloco Vanguarda, preciso ouvir o que a maioria dos vereadores deseja e, quando se sentirem confortáveis, a eleição será feita”, completou.
Briga por cargos na prefeitura seria pivô do desentendimento
Vários parlamentares defenderam o presidente, incluindo a vereadora Sabrina Garcez (Republicanos). Outros vereadores criticaram a postura dos integrantes do grupo Vanguarda, por entender que acabam respingando em toda a Câmara.
“É briga por mais espaço. O bloco Vanguarda quer mais espaço. Já tem irmão de vereador, mulher de vereador, primo de vereador, tem um monte de gente ligado ao bloco Vanguarda, o que é justo pleitear mais cargos, agora trazer esse envergonhamento para a Câmara eu acho uma covardia da maneira que está sendo colocada”, disse o vereador Léo José (Republicanos) ao PORTAL NG.
Igor Franco disse ao PORTAL NG que os vereadores integrantes do bloco são independentes e negou que as críticas a Romário Policarpo estejam relacionadas a negociações com o Paço Municipal.
“Não aceito mais nenhum tipo de negociação, de situação para atrapalhar a gestão do prefeito Rogério Cruz, em detrimento daqueles que querem e precisam do bom atendimento que ele tem prestado para Goiânia”, falou, acrescentando que o presidente da Casa, por representar o Poder Legislativo, deveria ficar acima dos interesses de grupos políticos.
Igor Franco ainda acusou Policarpo de indicar nomes para o segundo escalão da prefeitura e atrapalhar o bom andamento dos serviços prestados. Em resposta, o presidente da Câmara disse que não é ele que tem irmão em secretaria, referindo-se à nomeação, em junho, de Diogo Franco (irmão de Igor) para titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec).