O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quarta-feira (07/08) a Operação Insider, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações no município de Senador Canedo durante a administração de Divino Lemes, que neste ano é candidato a prefeito da cidade pelo PSDB.
A ação contou com o apoio do Gaeco do Tocantins e da Polícia Militar de Goiás, mobilizando um total de 27 promotores de Justiça. Foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Senador Canedo, Anápolis, Águas Lindas de Goiás e Palmas, no Tocantins. Além disso, o juízo da Segunda Vara das Garantias da Comarca de Goiânia determinou o bloqueio de bens dos investigados, proporcionalmente ao grau de envolvimento no esquema, totalizando R$ 23.328.549,35.
De acordo com o Gaeco, a organização criminosa utilizava empresas de fachada, registradas em nome de “laranjas”, para simular concorrência em licitações, desviando recursos públicos por meio de obras superfaturadas ou não executadas adequadamente. Dessa forma, os envolvidos são acusados de organização criminosa, frustração do caráter competitivo de licitação, contratação indireta indevida, falsidade ideológica e material, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
A Operação Insider é um desdobramento da Operação Sócio Oculto, realizada em julho de 2021, que desvendou um esquema criminoso similar em Nerópolis, onde eram feitas licitações fraudulentas, corrupção e peculato entre 2015 e 2016.
A atual investigação visa comprovar e desarticular uma organização criminosa mais ampla, ativa entre 2017 e 2020 em Senador Canedo, envolvendo alguns dos mesmos membros identificados na operação anterior.
As investigações apontam que os membros da organização determinavam como os servidores públicos deveriam elaborar os projetos básicos e as planilhas orçamentárias. Em seguida, empresas controladas pelo grupo criminoso participavam das licitações, e a vencedora repassava a execução das obras a indivíduos com grande influência na administração pública municipal, violando os princípios da concorrência e igualdade.
Há também suspeitas de que servidores públicos municipais recebiam vantagens indevidas para facilitar a atuação da organização criminosa, além de envolvimento em lavagem de dinheiro para ocultar a origem ilícita desses recursos.
O Portal Notícias Goiás entrou em contato com Divino Lemes em busca de um posicionamento sobre as acusações, mas não recebeu resposta. A matéria será atualizada caso haja um retorno.
