O cantor Emival Eterno da Costa, mais conhecido como Leonardo, foi incluído na chamada “lista suja” do trabalho escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta segunda-feira (07/10). Seis trabalhadores foram encontrados vivendo em situações análogas à escravidão nas dependências da Fazenda Talismã, localizada no município de Jussara, noroeste goiano.
A fazenda, com cerca de mil hectares e avaliada em R$ 60 milhões, é utilizada para atividades de pecuária bovina, incluindo a recria e engorda de mais de cinco mil cabeças de gado. Durante a inspeção, os fiscais do trabalho encontraram os funcionários em condições precárias, incluindo falta de água potável e instalações inadequadas, como um banheiro quebrado e sem acesso à água.
Segundo a defesa de Leonardo, a área onde a irregularidade foi encontrada está arrendada desde agosto de 2022 para o cultivo de soja, e a gestão dos funcionários não seria de responsabilidade do cantor. Mesmo assim, os advogados explicaram que, quando o Ministério Público do Trabalho notificou a situação, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi tratado e “os problemas foram resolvidos”.
Em vídeo publicado no Instagram, o cantor se pronunciou sobre a situação. “Então a gente respeita o Ministério Público e tudo, mas essa multa veio para mim, a gente acertou tudo, inclusive já tá arquivado essa multa. Já foi tudo acertado, pagamos a multa. Eu não conheço quem estava lá naquelas casinhas, quem os colocou naquelas casinhas lá, porque, gente, eu já plantei tomate, eu já sei como que é, a vida é difícil lá. Do meu coração, jamais, jamais eu faria isso, entendeu? Então eu acho que há um equívoco muito grande sobre a minha pessoa, aí o Brasil inteiro me conhece, sabe a pessoa que eu sou, da idoneidade que eu tenho, graças a Deus. Isso foi tudo que meu pai e minha mãe deixaram pra mim de herança.”
A lista em que o artista foi incluído contém 176 empregadores flagrados submetendo trabalhadores a situações análogas à escravidão, em diferentes setores econômicos. Além da criação de bovinos, a produção de carvão vegetal e a extração de minerais estão entre as atividades com maior número de empregadores incluídos na lista.
A lista suja é atualizada semestralmente pelo governo e serve como um instrumento de transparência, visando expor empregadores envolvidos em práticas de trabalho degradante. Para ser excluído do cadastro, é necessário o cumprimento de uma série de exigências e o decurso de dois anos, sem reincidência.
