O Podcast Bate-papo NG recebeu em sua edição do dia 29 de novembro o ex-deputado federal por cinco mandatos consecutivos e ex-presidente do Republicanos em Goiás, João Campos que falou sobre sua atuação no partido, a relação com os prefeitos Rogério Cruz (Republicanos) e Vilmar Mariano (MDB) e também sobre seus planos em seu novo partido, o Podemos. O ex-candidato ao Senado Federal nas eleições 2022 na chapa do então candidato ao governo de Goiás, Gustavo Mendanha, ele também falou sobre sua relação com o governador Ronaldo Caiado (UB) e fez um balanço de sua atuação parlamentar na Câmara Federal.
A respeito da sua filiação recente ao Podemos, João Campos, explicou o que o levou ao partido e quais suas expectativas sobre projetos futuros na nova sigla. “O Republicanos é um partido ao qual tenho grande respeito e alinhamento aos seus valores e sua ideologia. Tenho amizade com todos e acredito que dei minha contribuição. O Podemos é um partido de centro-direita que também tem uma ideologia com a qual me identifico. A direção do partido é séria e isso me dá muito conforto. Cheguei ao partido como um soldado e com o compromisso de estar sempre à mesa para discutir os projetos do partido, e especialmente sobre a possibilidade de candidaturas da minha pessoa em 2024 e em 2026. Sou filiado ao Podemos e posso ser de vereador à presidente da República a depender das conversações”, destacou.
Sobre sua atuação enquanto presidente do Republicanos em Goiás, João Campos fez um balanço do período entre sua posse e a finalização de sua gestão. “Cheguei em um cenário em que tínhamos poucos vereadores e poucos prefeitos. A partir de 2020 conseguimos mudar o quadro dobrando o número de vereadores e elegemos 10 prefeitos e indicamos a vice na chapa do então candidato a prefeito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB). Infelizmente tivemos o falecimento de Maguito e passamos a ter o prefeito da capital, o que representa muito no jogo político. Elegemos prefeito também em Caldas Novas. Em 2022 achávamos que poderíamos eleger 2 ou 3, assim como para estadual. Infelizmente fomos surpreendidos e elegemos somente um deputado federal (Jefferson Rodrigues) com votação aquém do esperado e dois deputados estaduais (Clécio Alves e Ricardo Quirino). Também tivemos um fato atípico que foi a não eleição da primeira-dama da capital Thelma Cruz, que perdeu com o apoio de toda máquina administrativa da Prefeitura de Goiânia”, relembrou.
A respeito da relação com o prefeito Rogério Cruz, do qual foi um dos principais fiadores nas articulações nas eleições de 2020, o ex-deputado federal falou sobre a possibilidade de apoio à sua reeleição em 2024 e também avaliou sua gestão. “Nunca tivemos problemas na nossa relação pessoal. Enquanto políticos eu foquei muito no meu mandato em Brasília, e ele focou em sua gestão aqui na Prefeitura de Goiânia. Sempre que pude destinar emendas, o fiz, e fiz por que tenho compromisso com nossa capital. A gestão precisa melhorar muito, há empenho, mas é o sentimento que o cidadão goianiense demonstra, especialmente por problemas recentes na coleta de lixo, a CEI da Comurg entre outros problemas que não se resolvem. O Podemos pode ter candidatura própria ou apoiar outras candidaturas que não será de Rogério no ano que vem, algo que iremos discutir a partir de abril de 2024”, projetou.
Aliado do ex-prefeito Gustavo Mendanha (PRD), com quem formou chapa majoritária nas Eleições de 2022, João Campos falou sobre a relação com o prefeito Vilmar Mariano (MDB) e qual é a tendência do seu posicionamento político em relação a ele nas eleições do próximo ano. “Minha história se confunde com três cidades goianas: São Miguel do Araguaia onde cresci. Goiânia onde constitui família. E Aparecida de Goiânia onde iniciei em 1983 minha carreira na Polícia Civil. Nas eleições para deputado federal sempre fui bem votado em Aparecida e se dependesse somente da cidade hoje seria senador, o que sou muito grato. No primeiro semestre acredito que meu partido (Podemos) irá discutir se iremos ou não apoiar o projeto de reeleição do prefeito Vilmar. Não há nada definido ainda”, ressaltou.
João Campos e Glaustin são nomes do Podemos para disputa em Aparecida
Sobre esse mesmo tema ele acrescentou. “O deputado federal do Podemos Glaustin da Fokus tem negócios na cidade e recentemente manifestou interesse em entrar nessa disputa. Diante disso, vamos abrir um diálogo interno no partido para avaliar sua pretensão. Antes de estar no Podemos sempre fui estimulado a entrar nessa disputa também. Esse ano tive uma conversa com Gustavo Mendanha sobre esse assunto e disse a ele que quero ser prefeito de Aparecida de Goiânia, esse é um dos meus sonhos. Tivemos essa conversa meses atrás. E em tese teríamos dois pré-candidatos pelo Podemos para essa disputa, o meu nome e o do Glaustin da Fokus o que será dialogado com o nosso partido. Com todo respeito aos outros partidos não é todo mundo que tem dois nomes com tamanho potencial”, evidenciou.
Campos também falou sobre a relação com o governador Ronaldo Caiado, com quem foi deputado federal em um mesmo mandato. O ex-parlamentar reafirmou sua posição republicana no relacionamento com o atual chefe do executivo estadual. “Sempre tivemos uma relação muito boa. Nós dois somos da direita. Ele sempre me ajudou nas pautas de costume. Por ocasião das articulações e circunstâncias políticas das duas últimas eleições estaduais, ficamos em grupos opostos e não estive em sua base. Mas sempre que nos encontramos temos uma relação muito respeitosa e sadia. Independente de estar ou não em sua base o vejo como um bom nome para disputa à Presidente da República”, ponderou.
A respeito da discussão da Reforma Tributária, que está acontecendo neste momento no Congresso Nacional, João Campos expôs sua visão sobre o tema. “Tivemos inúmeras tentativas ao longo da história que não avançaram sobre esse assunto. Precisamos mesmo de uma simplificação na cobrança de impostos. Redução da sonegação de impostos, o que gerará aumento da receita e permitirá investimentos em diferentes áreas do governo. Redução da judicialização na área tributária. Mas não vi nenhum deputado discutir a redução da carga tributária, o que discordo, pois é o que a sociedade espera, uma redução real de impostos. Acredito também que Goiás será prejudicado com a perda de empresas se a reforma for aprovada como está neste momento no parlamento”, considerou.
Em uma avaliação de seu trabalho enquanto deputado federal em cinco mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, o ex-candidato ao Senado nas Eleições de 2022 destaca as duas principais discussões que participou no parlamento. “Estive presente nas discussões e votações do Novo Código Civil Brasileiro que alterou o artigo 44 desta importante lei que permitiu as religiões, independente da crença e do credo ter condições de se constituir enquanto personalidade jurídica, saindo do limbo da lei e tudo isso foi feito em um ano, o que é raro. Outra questão importante em minha atuação parlamentar foi no debate, ainda em 2003, da criação de uma lei contra o crime organizado no país, algo que só se concretizou em 2013. Essa lei colaborou significativamente, por exemplo, para viabilizar as ações da Operação LavaJato”, rememorou.