O exército israelense pediu que os moradores da Cidade de Gaza saiam da região em direção ao sul em até 24 horas. O aviso foi emitido na noite desta quinta-feira (12/10) e o prazo seria até o fim do dia desta sexta-feira (13/10).
De acordo com o porta-voz do exército, em um vídeo publicado nas redes sociais, os civis devem sair para “própria segurança” deles. Vivem na região norte de Gaza cerca de 1,1 milhão de pessoas.
“As Forças de Defesa de Israel pedem a evacuação de todos os civis da cidade de Gaza de suas casas ao sul para sua própria segurança e proteção e mudança para a área ao sul de Wadi Gaza”, diz o comunicado.
Segundo o comunicado, o aviso seria só para Cidade de Gaza, que tem 677 mil habitantes.
“Essa evacuação é para sua própria segurança. Você poderá retornar à Cidade de Gaza apenas quando outro anúncio de permissão for feito”, acrescentou, explicando que os habitantes da região foram alertados a não se aproximar da cerca de segurança com Israel, mas seguirem rumo ao sul da Faixa de Gaza.
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que já transferiu seu centro de operações centrais para o sul de Gaza. O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse em comunicado que seria “impossível” fazer essa movimentação “sem consequências humanitárias devastadoras”.
“As Nações Unidas apelam veementemente para que qualquer ordem deste tipo, se confirmada, seja cancelada, evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em situação calamitosa”, diz o texto.
Ordem para retirada de civis de Gaza é ‘horrenda’, diz ONU
A agência de refugiados palestinos da Organização das Nações Unidas (ONU) descreveu nesta sexta-feira (13/10) como “horrenda” a ordem de Israel para deslocar mais de 1 milhão de civis do norte de Gaza em 24 horas e disse que o enclave estava rapidamente se tornando um “buraco do inferno”.
“A ordem das forças israelenses para mover mais de 1 milhão de civis que vivem no norte de Gaza em 24 horas é horrenda”, disse, em um comunicado, Philippe Lazzarini, comissário geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente.
“A escala e a velocidade da crise humanitária que está se desenrolando são de arrepiar os ossos. Gaza está se tornando rapidamente um buraco do inferno e está à beira do colapso”, afirma a ONU no comunicado.
