Nesta terça-feira, dia 12, Renato Cariani, influenciador fitness com mais de 7 milhões de seguidores nas redes sociais e sócio-administrador da indústria química Anidrol, foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF). A investigação aponta que Cariani é suspeito de participar de um esquema que desviava toneladas de produtos químicos, especialmente fenacetina, para a produção de grandes quantidades de crack destinadas ao narcotráfico. A operação, que contou com 18 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, busca desmantelar o grupo envolvido no desvio desses insumos.
Durante a operação, foram interceptadas mensagens entre Renato Cariani e sua sócia (que não teve o nome divulgado), indicando, segundo o inquérito, que ambos tinham conhecimento do monitoramento realizado pela polícia. Mesmo com a divulgação dessas mensagens pela imprensa, o influenciador, em vídeo publicado nas redes sociais, negou qualquer envolvimento no esquema e afirmou que seus advogados ainda não tiveram acesso ao processo. A Justiça negou o pedido de prisão preventiva feito pela PF e pelo Ministério Público contra Cariani, sua sócia e Fábio Spínola Mota, apontado como intermediador.
Em uma outra troca de mensagens divulgadas pela PF, a sócia de Cariani teria sugerido a retirada de rótulos dos produtos químicos como forma de ludibriar a fiscalização e as investigações. Embora as mensagens sejam antigas, o Ministério Público de São Paulo destaca que elas apontam para o conhecimento prévio do monitoramento por parte dos envolvidos.
Fábio Spínola Mota, considerado intermediador e amigo de longa data de Cariani, teve sua residência alvo de busca durante a operação. Já investigado por tráfico em Minas e Paraná, Mota ele é apontado pela polícia como responsável por direcionar a entrega dos produtos químicos desviados para o tráfico. Em sua casa, a PF apreendeu R$ 100 mil em espécie. Até o momento, a defesa de Fábio Spínola Mota não se manifestou sobre o caso.
Cariani acumula 13 milhões de seguidores na internet
Renato Cariani, aos 47 anos, é uma figura conhecida no mundo fitness, com mais de 13 milhões de seguidores nas redes sociais. Apoiador do fisiculturismo brasileiro, o influenciador acumula mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e 6 milhões no YouTube. Seus vídeos sobre dieta e culto ao corpo totalizam 1 bilhão de visualizações. Apesar da repercussão negativa do caso.
Leia os principais trechos do vídeo em que o influencer nega sua participação nos crimes investigados pela PF.
“Fui surpreendido com um mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde eu fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas num processo que eu não sei, porque ele corre em “processo de justiça” [sic]. Então, meus advogados agora vão dar entrada pedindo para ver esse processo e, aí sim, eu vou entender o que consta nessa investigação”, afirmou.
Na mensagem em vídeo deixada para seus seguidores ele também defende sua empresa e sua sócia.
“Eu sofri busca e apreensão porque eu sou um dos sócios, então, todos os sócios sofreram busca e apreensão. Essa empresa, uma das empresas que eu sou sócio, está sofrendo a investigação, ela foi fundada em 1981. Então, tem mais de 40 anos de história. É uma empresa linda, onde a minha sócia, com 71 anos de idade, é a grande administradora, a grande gestora da empresa, é quem conduz a empresa, uma empresa com sede própria, que tem todas as licenças, tem todas as certificações nacionais e internacionais. Uma empresa que trabalha toda regulada. Então, para mim, para a minha sócia, para todas as pessoas, foi uma surpresa”, completou.