A queda é um dos principais problemas enfrentados pela população idosa, especialmente entre aqueles com mais de 80 anos, faixa etária em que cerca de 40% dos indivíduos sofrem ao menos uma queda anualmente, segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Diante desse risco, o Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), unidade do governo de Goiás, alerta para a importância de adotar medidas preventivas simples, mas eficazes, que podem evitar acidentes e melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Segundo a geriatra Natália Sardinha, do Pronto-Socorro do Hetrin, muitos desses acidentes podem ser prevenidos com ajustes no ambiente doméstico. “A maioria das quedas, cerca de 70%, ocorre dentro de casa, onde pisos desnivelados, escadas mal adaptadas e móveis mal posicionados são alguns dos principais causadores de acidentes. Além disso, é importante observar a iluminação e manter objetos como brinquedos ou até mesmo animais de estimação fora das áreas de circulação dos idosos”, explica a médica.
Além do ambiente, a saúde física e sensorial do idoso também deve ser revisada regularmente. Sardinha reforça a importância de avaliações periódicas da visão, audição e equilíbrio, além de um acompanhamento neurológico para verificar possíveis déficits cognitivos que possam aumentar o risco de quedas. “A perda de força muscular, comum com o envelhecimento, pode ser tratada com suplementos vitamínicos e atividades físicas orientadas, melhorando o bem-estar geral”, orienta a especialista.
Outro fator relevante é o comportamento pós-queda. Muitos idosos que passam por isso podem evitar a movimentação por medo de novos acidentes, o que pode causar mais danos à saúde. “A família, por preocupação, muitas vezes reforça essa inatividade, mas é fundamental estimular a movimentação para evitar complicações como perda de massa muscular e depressão”, alerta Natália Sardinha.
Caso um idoso sofra uma queda, a geriatra recomenda que se procure orientação médica, mesmo na ausência de ferimentos visíveis. “Quedas podem ser um sinal de alguma doença subjacente e, em alguns casos, podem levar à perda de independência, o que afeta diretamente a saúde mental e emocional dos idosos”, destaca.