A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), deflagrou nesta quarta-feira (23/10) uma operação para combater um esquema de estelionato no setor imobiliário em Goiânia. A ação, realizada pelo Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes, cumpriu mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e quebra de sigilo bancário contra um ex-funcionário de uma imobiliária, suspeito de causar prejuízos de mais de R$ 800 mil.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Caio Menezes, o suspeito utilizava seu acesso ao sistema interno da empresa para alterar ilegalmente dados cadastrais de terrenos, falsificar assinaturas em escrituras públicas e vender imóveis de maneira fraudulenta.
“O investigado, que tinha acesso privilegiado ao sistema da imobiliária, modificava o status dos terrenos para que parecessem vendidos ou doados, e então falsificava as escrituras públicas. Ele convencia os compradores a depositarem os valores diretamente em sua conta, alegando dificuldades financeiras da empresa”, detalhou o delegado.
Menezes destacou que as investigações tiveram início após uma denúncia da própria imobiliária, que desconfiou das vendas ilegais. Ao todo, foram identificadas 13 vendas ilícitas de lotes em um empreendimento imobiliário de Goiânia, com compradores de boa-fé sendo enganados.
“A imobiliária gerenciava um grande empreendimento familiar e começou a perceber irregularidades. A partir disso, aprofundamos as investigações e constatamos a fraude”, explicou.
A operação também bloqueou as contas bancárias e bens do investigado, visando garantir o ressarcimento das vítimas no caso de uma condenação futura.
“O pedido de sequestro inclui contas bancárias, imóveis, veículos e todos os bens em nome do investigado, para assegurar que as vítimas possam ser ressarcidas”, afirmou.
Apesar do alto valor dos prejuízos, o delegado informou que o suspeito não tinha antecedentes criminais. As investigações continuam para identificar se há outras pessoas envolvidas no esquema e verificar se existem mais vítimas além das já identificadas.
O delegado também ressaltou que o caso será resolvido na Justiça, onde será decidido como os compradores de boa-fé serão restituídos. “Há um imbróglio jurídico, pois as escrituras foram falsificadas, e os compradores, embora tenham agido de boa-fé, não adquiriram os terrenos de forma legítima. Isso será resolvido conforme as decisões judiciais e a atuação da imobiliária”, concluiu.