A Federação das Indústrias do Estado de Goiás, por meio do Conselho Temático da Agroindústria (CTA), realizou, na quarta-feira (14/6), o seminário Mercado de Capitais e Agroindústria: Tendências e Oportunidades na Captação de Recursos. O evento reuniu empresários ligados ao agronegócio que buscam investimentos para ampliar a produção.
O seminário teve como objetivo promover a indústria para gerar mais crescimento no setor. Durante o evento, foi apresentado um panorama de oportunidades para acesso ao crédito, de olho na ampliação de investimentos no setor e fomento da agroindústria em Goiás.
O sócio da InDevCapital, Ricardo Carvalho, citou estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que mostra que, até 2050, a produção de alimentos deve aumentar 60% para alimentar uma população mundial de 9,7 bilhões de pessoas.
Ainda, de acordo com o estudo, o Brasil terá papel fundamental nesse fornecimento para o mundo nos próximos 20 anos.
“A demanda por crédito para financiar o crescimento da oferta de alimentos será gigante. Entretanto, houve uma redução dos níveis de crédito controlado [Plano Safra] para agricultura nos últimos anos. A maior evidência dessa insuficiência é a ocorrência das operações de Barter”, explicou Ricardo Carvalho.
“Nosso foco é crédito de longo prazo. Não somos BNDES, mas conseguimos liberar de forma rápida o capital. Até 2030, 50% do financiamento do campo deverá ser via mercado financeiro, sobretudo do mercado de capitais.”, completou Carvalho.
Segundo um levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Goiás é o quinto Estado que mais recebe crédito rural no País, enquanto Rio Verde é a cidade brasileira que mais contrata crédito para o agronegócio.
Em 2022, o município do Sudoeste Goiano movimentou R$ 2,26 bilhões em contratos. Somente no primeiro quadrimestre de 2023, já foram R$ 1,79 bilhão em operações de crédito.
CEO da AgroBens, plataforma de negócios e tecnologia para a área do agro, Marcelo Riytiro Maehara, listou as diversas modalidades de crédito para o agronegócio hoje disponíveis no mercado.
“Tem muito recurso lá fora, mas precisamos estar adequados às normativas ESG. As empresas precisam organizar seus processos para receber esses recursos e estamos prontos para apoiar o empresário nesse processo”, afirmou Marcelo Maehara.
No decorrer do seminário, o presidente do CTA, Marduk Duarte, ressaltou as oportunidades para o crescimento da agroindústria em Goiás.
“Nos últimos três anos, as oito maiores cadeias produtivas do Estado movimentaram R$ 69 bilhões em importações. São mais de R$ 20 bilhões ao ano que importamos em matéria-prima que podemos industrializar aqui. Temos essa capacidade para ampliar nossa produção. Precisamos é de investimentos para transformar esse cenário”, afirmou o empresário.