A cidade de Aparecida de Goiânia foi abalada por um crime brutal envolvendo a estudante Amélia Vitória, de apenas 14 anos, que teve seu corpo encontrado pela polícia no último final de semana. A jovem, que foi raptada enquanto buscava a irmã na escola na quinta-feira (30/11) no Parque Hayala, foi vítima de estupro em dois locais distintos por Janildo da Silva Magalhães, suspeito da autoria deste crime que foi identificado pela Polícia Civil em entrevista coletiva à imprensa na tarde de ontem (05/12).
De acordo com a investigação, Janildo era conhecido por seus atos criminosos na região, onde costumava sair com uma bicicleta para cometer furtos e roubos. Após o primeiro ato de violência sexual contra a adolescente, ele conduziu a vítima por aproximadamente 6 km no cano da bicicleta até uma casa abandonada onde cometeu abusos durante toda a noite, conforme detalhes fornecidos pelo delegado Eduardo Rodovalho. Na casa, foram coletadas várias evidências dos atos criminosos, incluindo sangue em um colchão.
Conforme divulgado ontem pelo delegado que investiga o crime, Janildo tem 38 anos, é aposentado por invalidez e possui extenso histórico criminal, abrangendo crimes sexuais, furtos, roubos, tráfico de drogas e até homicídio, de acordo com informações das forças policiais. Sua prisão foi possível com a colaboração da mãe e da irmã, que perceberam seu comportamento estranho e violento.
Perícia comprova autoria do crime após exame de DNA
Durante a investigação em curso, a perícia revelou as evidências de estupro e o DNA encontrado levou à identificação do criminoso, já cadastrado no Banco Nacional de Perfis Genéticos por um crime de estupro cometido por ele em 2017 na cidade de Rio Verde, interior de Goiás.
Além disso, a participação de um pedreiro, inicialmente suspeito e cujo o nome não foi revelado oficialmente pela Polícia Civil, foi descartada após perícia em seu veículo que havia sido registrado por câmeras de vigilância em trechos da rota por onde a menina havia passado no dia do seu desaparecimento.
De acordo com o delegado da investigação, um novo inquérito será aberto para investigar especificamente a mancha de sangue encontrada no porta-malas do pedreiro, que foi solto após comprovação de que não esteve envolvido no assassinato de Amélia.
Escola promove caminhada em respeito à memória de Amélia Vitória
Ontem (05/12), os alunos, pais e professores da Escola Municipal Sebastiana Lourenço Camilo realizaram uma passeata em homenagem a Amélia Vitória, clamando por paz e justiça. O evento, marcado por mensagens de luto e exigência por justiça, busca conscientizar a comunidade sobre a gravidade do ocorrido e serviu como uma forma de acolher toda comunidade escolar após o trágico evento e sua repercussão nos últimos dias.
Em entrevista ao Portal Notícias Goiás, a diretora da escola, Raimunda Queiroz, revelou detalhes de quem era a jovem estudante no ambiente escolar. “Amélia estava conosco desde 2021. Ela havia se matriculado na nossa escola ainda na pandemia e só tivemos contato pessoalmente após a flexibilização das regras contra covid-19. Era uma aluna exemplar e interessada. Ela era educada e sempre estava com suas duas melhores amigas. Era uma aluna que dava muito orgulho especialmente nas disciplinas de Português e Matemática. Ela iria ser o que quisesse”, relatou.
A gestora também revelou o sentimento da comunidade escolar após a realização da caminhada feita ontem. “A realização do ato atendeu a um pedido da própria família da Amélia bem como de seus colegas de turma e da escola como um todo. Foi um momento de acolhida a nossa comunidade escolar antes da retomada das aulas após um momento muito doloroso e traumático. Estamos consternados e solidários a esse momento de dor para com a família da Amélia e com nossas crianças como um todo. Em respeito e em memória a Amélia fizemos esse ato que é o mínimo que poderíamos fazer por ela”, destacou.