Morreu na noite desta terça-feira (4/7) o ex-governador e criador do estado do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos, aos 94 anos. Ele estava internado desde o dia 29 de junho, na UTI de um hospital particular em Palmas e não resistiu após uma infecção generalizada.
A informação foi confirmada pelo filho, Eduardo Siqueira Campos, e a assessoria do pioneiro. Segundo familiares do político, ele deu entrada na unidade após sentir fortes dores pelo corpo. Durante a internação, chegou a apresentar uma melhora, mas teve uma crise renal aguda na terça-feira e foi submetido à hemodiálise.
No entanto, o ex-governador acabou apresentando um quadro infeccioso de septicemia, o que obrigou os médicos a trocarem os antibióticos que estavam sendo ministrados e ele acabou não resistindo.
O ex-governador foi casado durante mais de 40 anos com Aureny Siqueira Campos, com quem teve seis filhos. Em homenagem a ela foram batizados quatro bairros de Palmas. Os dois continuaram tendo uma relação cordial até a morte dela, em novembro de 2020.
Após o divórcio, Siqueira casou-se com Marilúcia Leandro Uchôa Siqueira Campos, com quem teve mais dois filhos. Siqueira deixa esposa e oito filhos.
Segundo familiares, o velório do ex-governador José Wilson Siqueira Campos será aberto ao público. Uma estrutura com várias tendas e 3 mil cadeiras foi montada na escadaria do Palácio Araguaia, em Palmas, para receber os visitantes. O corpo chegou ao local por volta das 7h.
Conheça luta de Sirqueira para criar estado do Tocantins
Siqueira Campos chegou no norte de Goiás em 1964, no município de Colinas do Norte, atualmente, Colinas do Tocantins. Ele foi eleito vereador na cidade e depois cumpriu cinco mandatos como deputado federal. No decorrer da vida política, defendeu a criação de um novo estado, chegou a ser preso e fez greve de fome em favor da causa separatista.
Em 1971, quando Siqueira Campos assumiu seu primeiro mandato de deputado federal e assumiu a luta separatista. Ele apresentou, ao longo de seus mandatos, três projetos para criação do Tocantins, junto com propostas para dividir o território. O último, com a participação do também deputado Raimundo Marinho.
O sonho de um Tocantins foi novamente adiado quando José Sarney assumiu a presidência da República em 1985 e vetou três projetos em curso no Congresso Nacional – um de Siqueira e os demais dos senadores Benedito Ferreira e Amaral Peixoto.
Foi aí que Siqueira Campos iniciou uma greve de fome na Câmara dos Deputados em protesto ao veto. Junto com ele, o deputado Totó Cavalcante fez o mesmo na Assembleia Legislativa de Goiás.
Foram 98 horas e 35 minutos de jejum pela causa que definiu sua vida. Diante da insistência, o então presidente Sarney viu-se obrigado a nomear uma comissão de redivisão territorial para estudar a criação do novo Estado. O texto só foi aprovado em 1988.