A Prefeitura de Porto Alegre informou que 18 escolas da rede municipal de ensino retornarão às atividades nesta segunda-feira (20/05). As unidades de educação da cidade estavam paralisadas desde o começo de maio por conta da enchente histórica que atinge o Rio Grande do Sul.
As aulas vão ser retomadas nas escolas que não foram diretamente atingidas pelas cheias e que contam com energia elétrica e abastecimento de água. “Uma lição deixada pelo triste período da pandemia foi a de que não podemos manter nossos alunos longe da escola por muito tempo. A retomada das aulas é essencial para a aprendizagem dos estudantes e, da mesma forma, para a volta ao cotidiano da cidade”, disse o secretário de Educação, José Paulo da Rosa.
De acordo com a Prefeitura, mais de 100 escolas da educação infantil conveniadas ao governo voltam a funcionar. Segundo o governo municipal, cerca de 50% dos alunos retornam às aulas normalmente. Entretanto, a Coordenação de Recursos Humanos de Porto Alegre orientou que os alunos e professores que tenham sido diretamente afetados pela tragédia não precisem voltar de imediato.
O calendário escolar ainda foi flexibilizado pelo Ministério da Educação; a ideia é de que as escolas realizem atividades lúdicas e recreativas, além de garantir o acolhimento e as refeições aos estudantes.
Com base em levantamentos da Prefeitura, praticamente todas as 99 escolas próprias da rede e as 219 parceiras foram atingidas pelas enchentes. Outras 14 escolas próprias e 12 da rede conveniada estão totalmente ou parcialmente alagadas, com registros de grande perda de infraestrutura. Com danos de destelhamentos parciais e infiltrações, têm unidades 11 próprias e 53 conveniadas.
Criminalidade
A catástrofe deixou 155 mortos e mais de 2,3 milhões de gaúchos afetados. Nesse cenário de destruição, dezenas de pessoas se aproveitaram para cometer crimes patrimoniais e sexuais.
As forças de segurança do Rio Grande do Sul registraram ao menos 130 prisões, sendo 48 por crimes patrimoniais e 49 pessoas detidas dentro dos abrigos.
Uma família do Vale do Taquari sofreu com as enchentes e com a criminalidade, foi o que relatou a empresária Marinez Silva Hauenstein, em um vídeo que viralizou nas redes sociais. “Olha só o que eles fizeram com a nossa loja de Arroio do Meio. Roubaram, entraram nela. Roubaram tudo. Porque, quando se encontra uma porta chaveada – e ela tá chaveada –, não é saque, é roubo”, afirmou a empresária no vídeo.
Para inibir esses atos, a Polícia Civil mobilizou mais de 6,5 mil policiais militares e 70 barcos para patrulhar as áreas alagadas. A presença de crimes em meio à crise climática agrava a vulnerabilidade dos desabrigados, que enfrentam não apenas a perda de seus bens, mas também a ameaça de violência e insegurança nos locais de abrigo.