Ex-servidores da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Aparecida de Goiânia, vinculado ao Departamento estadual de Trânsito, são alvos de uma operação deflagrada nesta sexta-feira (21/06) pela Polícia Civil de Goiás. Coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a ação batizada de Operação Ponte de Recibo, também mira empresários, despachantes e garageiros estabelecidos no município.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais ligados aos investigados. A polícia também solicitou a decretação de 14 prisões, mas os pedidos foram negados pela justiça. São apurados os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e inserção de dados falsos no sistema do Detran/GO.
Em nota (veja ao final), o Detran informou que fez todos os levantamentos necessários por meio do serviço de inteligência para subsidiar a ação policial. O órgão também informou que fechou o Ciretran de Aparecida por ser considerado o principal foco de corrupção da autarquia.
‘Em dois meses, desbaratamos esquema de décadas’
Ao PORTAL NG, o presidente do Detran, Delegado Waldir Soares, explica que a operação decorre de medidas tomadas pelo órgão que culminaram no fechamento da Ciretran de Aparecida de Goiânia.
“Quando a gente fechou a Ciretran de Aparecida, a gente mandou a parte criminal para a Polícia Civil. E agora a Polícia Civil está dando a resposta”, diz.
O Detran já havia identificado envolvimento de 19 servidores nas irregularidades.
“Agora a polícia trouxe nomes de despachantes, vários garageiros e também deve ter continuidade de investigação que vai chegar em cartorários”, explica Waldir Soares.
O presidente do Detran afirma ainda que o grande prejudicado com o esquema criminoso era o cidadão, já que cerca de quatro mil veículos foram envolvidos em diversas fraudes: “Era transferência em veículo de uma pessoa para outra, viva ou morta, sem documento, fraudes diversas, falsificação de recibo, falsificação de assinatura, documento falso, então são várias condutas”.
Waldir Soares diz que esquemas de corrupção existiam no Detran há décadas e, somente agora, na sua gestão, estão sendo efetivamente combatidas.
“Nosso trabalho de inteligência, em dois meses, já desbaratamos na época a ação, passamos o do Ciretran serviço para o SAC, unidade de Vapt Vupt. E, além dessa ação, temos dezenas de pedidos na Polícia Civil envolvendo outras Ciretrans e a própria sede em condutas de corrupção”, finaliza.
Nota do Detran sobre operação
“Sobre a Operação Ponte de Recibo, deflagrada pela Polícia Civil por meio Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-GO) esclarece que fez todos os levantamentos necessários por meio de seu serviço de inteligência para subsidiar a ação policial.
O Detran-GO trata a corrupção de servidores e credenciados com tolerância zero. Assim que a atual gestão assumiu o órgão, fechamos a maior Ciretran do Estado, a de Aparecida de Goiânia, considerando que era o principal foco de corrupção da autarquia.
Neste período afastamos quase 100 servidores por suspeita de corrupção e temos em andamento dezenas de investigações para apurar as condutas de servidores e credenciados tanto na sede quanto em Ciretrans.
Hoje os trabalhos da Corregedoria, Ouvidoria e Auditoria são prioridades no Detran-GO, que tem fortalecido seus trabalhos. Diferente de outros governos, quando o Detran-GO era fonte de escândalos e estampava páginas policiais, por determinação do governador Ronaldo Caiado o órgão é hoje intransigente com criminosos”.
