A desistência de Ana Paula Rezende (MDB) da disputa pela Prefeitura de Goiânia, tornada pública na noite de quarta-feira (29/8), caiu como uma luva para o deputado Bruno Peixoto (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa de Goiás. Ele já havia colocado seu nome como alternativa para concorrer à cadeira número 1 do Paço Municipal. Se antes era mais um, agora se torna, efetivamente, o principal nome, além do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), já que Bruno é filiado ao partido do governador Ronaldo Caiado e tem trânsito mais que livre no MDB, do vice-governador, Daniel Vilela.
Há somente um ponto que ainda pode impactar a pré-candidatura do presidente da Assembleia: o fator Gustavo Mendanha. O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, que se refiliará ao MDB em breve, é bem colocado em pesquisas de intenção de voto em Goiânia e tem interesse em candidatar-se a prefeito da capital em 2024. Mas depende de anuência da Justiça Eleitoral, já que ele está impedido de concorrer a prefeito, por ter sido eleito duas vezes seguidas em Aparecida.
Ciente de que, mesmo que com Mendanha no páreo, seu nome é forte na capital e tem amplo apoio político, Bruno Peixoto já se mexe mais à vontade. Ele já havia afirmado que estava pronto para disputar a prefeitura. Agora, mais que nunca, trabalha nos bastidores para conseguir forças que garantam um amplo leque de lideranças dando sustentação a seu projeto.
Como manda a boa cartilha, Bruno Peixoto já avisou aos próprios pares da Assembleia Legislativa sua intenção de disputar a prefeitura da capital. Falando diretamente aos demais deputados, principalmente àqueles que têm base eleitoral em Goiânia, ele revelou a intenção durante um almoço em um restaurante.
Na quinta-feira passada (24/8), ao chegar ao evento de filiação do prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, ao MDB, Bruno Peixoto recebeu uma espécie de “autorização” de Daniel Vilela para tocar o projeto de candidatura em frente. Provavelmente já sabendo da decisão de Ana Paula de não sair candidata, ao ser indagado se o MDB pretende lançar candidatos, além de Aparecida de Goiânia, também em Goiânia e Senador Canedo, ele respondeu positivamente, mas pontuou que não haveria problema de apoiar o candidato do União Brasil a prefeito da capital.
“Nosso presidente da Assembleia, Bruno Peixoto, aqui, que é do União Brasil, mas todo mundo sabe que o coração dele é emedebista”, disse, referindo-se à trajetória de Peixoto, formado no MDB, partido do qual se desfiliou somente em 2022 para ir para a sigla do governador.