Hoje é 21 de novembro de 2024 14:53

Defesa da mulher que levou cadáver ao banco alega que ela estava em um “surto psicótico”  

Érika de Souza Vieira Nunes chegou ao local de Uber e motorista afirmou que o homem estava vivo durante o trajeto
Imagens gravadas no banco enquanto a mulher falava com o idoso morto Foto: Reprodução

A mulher de 42 anos foi presa nesta terça-feira (16/04) após levar um cadáver até uma agência bancária em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, e tentar sacar R$ 17 mil de um empréstimo feito no nome do morto. As funcionárias que a atenderam ficaram preocupadas com a situação e chamaram a polícia.

A advogada que a representa, Ana Carla de Souza, afirmou que ela estava em um “surto psicótico” e não teria percebido que o homem não apresentava sinais vitais. “Acreditamos na inocência da Érica. Temos testemunhas de que o senhor Paulo chegou vivo à agência bancária. Embora tenha sido, de forma prematura, declarada a morte por uma emergência dos bombeiros e do Samu, isso será contestado. Estamos aguardando também a resposta do IML. Também temos provas documentais do abalo emocional da Érica”, disse ela em entrevista à imprensa.

O motorista de aplicativo que levou os dois até o banco afirmou que o homem estava vivo durante o trajeto. Uma outra testemunha alega que ajudou a investigada a levar o homem, que estava na cama, até o carro e percebeu que ele estava respirando e tinha força nas mãos. O condutor do veículo disse que ele chegou a segurar a porta no momento do desembarque.

Segundo um dos socorristas, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estaria sem vida há pelo menos duas horas quando o Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou ao local, uma constatação feita de forma preliminar. O Instituto Médico Legal (IML) informou que a causa da morte foi broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca, mas o perito que assinou o documento avaliou que “não há elementos seguros para afirmar, do ponto de vista técnico e científico, se o Sr. Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária”.

Foto: Reprodução

O que se sabe sobre o caso:

Érika de Souza Vieira Nunes teria chegado à agência por volta das 14h empurrando a cadeira de rodas de Paulo, que ela afirmou ser seu tio. Uma das funcionárias gravou um vídeo durante o atendimento. Nas imagens, é possível ver a mulher tentando acordar o idoso. “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço”, diz ela enquanto tenta manter a mão dele em cima da mesa.

Em depoimento à polícia, a mulher afirmou que iria sacar R$ 17 mil de um empréstimo feito em nome do morto porque Paulo pretendia comprar uma televisão e fazer uma obra em sua casa. Ela informou que ele ficou 5 dias internado para se recuperar de uma pneumonia e teve alta na segunda-feira anterior ao ocorrido, quando ficou sob os cuidados dela.

Érika relatou que chegou ao banco com um carro de aplicativo e que o motorista teria ajudado a embarcar e desembarcar o idoso do carro. Ela ainda afirma que Paulo estava consciente quando chegaram ao destino e que ele teria parado de respirar quando foram atendidos pelos funcionários. A Polícia Civil investiga o caso.

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