Cinco dos 17 deputados federais goianos – Gustavo Gayer (PL), Professor Alcides (PL), Daniel Agrobom (PL), Magda Mofatto (PRD) e Dr. Zacharias (União) – assinaram o pedido de impeachment do presidente Lula. O documento é organizado pela deputada Carla Zambelli (PL/SP), após Lula classificar como genocida a atuação de Israel na Faixa de Gaza e comparar o episódio ao Holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial.
Até agora, o pedido de impeachment conta com pouco mais de 125 assinaturas, incluindo dos deputados federais por Goiás. Trata-se do pedido de impeachment com a maior adesão parlamentar até hoje. Até então, o recorde era do processo contra Dilma Rousseff, em 2016. Naquele ano, a denúncia contra a petista contou com 124 assinaturas.
No entanto, apesar do intenso movimento da oposição, aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), apontam que são quase nulas as chances de ele dar seguimento ao pedido de impeachment do petista. Isto porque pedidos de impeachment são relativamente comuns, sendo determinante para eles prosperarem a pressão da opinião pública e o enfraquecimento político do Governo no Congresso.
No pedido de impeachment, os parlamentares alegam que as declarações do presidente associando a guerra em Israel ao Holocausto configuram um crime de responsabilidade de acordo com o Artigo 5º da Constituição Federal.
Citam: “São crimes de responsabilidade contra a existência política da União: 3 – cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
‘Não entrei na política para ser extremista’
Pressionada por grupos de extrema direita para assinar o pedido de impeachment, a deputada Silvye Alves (União/GO) usou as redes sociais, nesta quinta-feira (22/2), para desabafar e dizer que manterá posicionamento de independência.
“Desde que entrei na política, não fiquei pensando loucamente em partido, pensei em ajudar pessoas com uma pauta extremamente definida em defesa da mulher vítima de violência, dos idosos, de crianças abusadas, autistas e dos animais, além da segurança pública que sempre foi uma pauta que defendi. Não entrei na política para ser uma extremista, não precisa esperar isso da deputada Silvye”, declarou, em vídeo no Instagram.
“Eu quero deixar bem claro que meu mandato, meu primeiro mandato como deputada federal, é um mandato independente. Eu voto naquilo que eu confio, naquilo que eu acredito. Eu não aceito ninguém me colocar na parede”, reforçou Silvye.
Silvye não fala claramente por que não assinou o pedido de impeachment, mas deixa a entender que o país está saindo de um período de recessão causado pela pandemia. Além disso, ela deixa a entender que o impeachment depende de uma articulação mais ampla, sendo decisiva a vontade do presidente da Câmara para ele ir em frente, o que não ocorre no momento.