O brasileiro Caio Bonfim garantiu a prata na prova de 20 km da marcha atlética nesta quinta-feira (01/08). Aos 33 anos, o atleta celebrou sua primeira medalha olímpica e a estreia do Brasil no pódio da modalidade em sua quarta participação nos Jogos.
Durante a prova, que começou às 8h no horário local (3h no horário de Brasília), Caio se manteve entre os líderes. Por alguns quilômetros chegou a assumir a primeira posição, mas foi ultrapassado pelo equatoriano Brian Pintado na última volta. Mesmo enfrentando duas punições, Caio assegurou o segundo lugar, completando o percurso em 1h19min09, poucos segundos após o ouro (1h18min55). O espanhol Álvaro Martín conquistou o bronze com 1h19min11. A cerimônia de entrega das medalhas está marcada para sexta-feira (02/08), no Stade de France.
Além de Bonfim, outros dois brasileiros participaram da prova: Max Batista, que terminou na 28ª posição, e Matheus Corrêa, que ficou em 39º lugar. Na competição feminina da marcha atlética, também realizada nesta quinta-feira (01/08), as brasileiras não alcançaram o pódio. Érica Sena foi a melhor colocada, terminando na 13ª posição, seguida por Viviane Lyra, que ficou em 18º lugar. A chinesa Jiayu Yang conquistou o ouro com 1h21min47, a prata ficou com a espanhola María Pérez e o bronze com a australiana Jemima Montag.
Caio Bonfim está em sua quarta participação nos Jogos Olímpicos. Em sua estreia em Londres 2012, ele não completou a prova devido a um mal-estar. Nos Jogos Rio 2016, chegou perto do pódio, finalizando em quarto. Já em Tóquio 2021, terminou na 13ª posição. Mesmo assim, seu currículo inclui duas medalhas de bronze em mundiais de atletismo (2017 e 2023) e três medalhas individuais nos Jogos Pan-Americanos (prata em 2019 e 2023, bronze em 2013).
O medalhista brasileiro se inspirou em sua mãe para se dedicar ao esporte. Gianetti Sena Bonfim é ex-atleta da marcha atlética e sua treinadora. Seu pai, João Bonfim, também é técnico da modalidade. A família administra o Centro de Atletismo de Sobradinho, um projeto social que promove a formação de novos atletas no Distrito Federal.
“Desde pequeno, ver minha mãe na marcha era algo natural. Ela fez índice para Atlanta-1996, mas não foi devido a mudanças de critérios. Quando fui para Londres, disse a ela que estávamos representando nossa família. Hoje, na quarta Olimpíada, posso dizer: ‘Nós somos medalhistas olímpicos!'”, comemorou Caio em entrevista.
Em um post em suas redes sociais, Caio Bonfim conta que em sua infância passou por problemas de saúde. “Quando completei 1 ano de vida, misteriosamente minhas pernas começaram a entortar. Preocupada com a situação, minha mãe me levou ao médico e, após muitos exames e acompanhamentos, o mesmo disse que o caso só se resolveria com cirurgia e que eu teria que repetir essa cirurgia constantemente, pois minhas pernas voltariam a entortar.”, disse no texto.
Mas isso não aconteceu, e ao retornar ao consultório com 18 anos teve uma descoberta surpreendente. “Chegando ao consultório, contamos ao médico que eu havia me tornado um atleta. Ele ficou surpreso!! Riu e brincou: ‘Mas eu não te fiz pra ser um atleta, fiz pra ser no máximo jogador de dominó’. Mais uma vez, mal sabia ele dos planos de Deus na minha vida. Refiz todos os exames e logo mais veio ele, maravilhado com os resultados. E, surpreso, disse: ‘É, o milagre realmente foi grande, o seu corpo é totalmente adaptado para o seu esporte.’”, explicou o medalhista olímpico.
Bia Ferreira vence luta e segue na busca pelo ouro com o bronze já garantido no boxe
Na tarde desta terça-feira (31/07), a atual campeã mundial pela Federação Internacional de Boxe (IBF), Bia Ferreira, garantiu sua vaga nas semifinais do peso-leve (até 60 quilos) ao derrotar a holandesa Chelsey Heijnen por decisão unânime (5-0).
Com essa vitória, Bia já assegurou um lugar no pódio olímpico, pois, no boxe, não há disputa pelo bronze. Ambos os perdedores das semifinais recebem medalhas, garantindo que a baiana leve ao menos o bronze para casa.
A atleta agora se prepara para um confronto decisivo na semifinal contra a irlandesa Kellie Harrington, que a derrotou na final dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A luta está marcada para sábado (03/08), às 17h08 (horário de Brasília).
“Vim para buscar a mãe de todas, a dourada. E, ironia do destino, a gente se encontrou e agora vou brigar com unhas e dentes para conseguir essa vitória, já que não aceitei aquele resultado em Tóquio”, declarou ansiosa pela revanche.