Entrevista ao jornal Gente das emissoras paulistas Rádio Bandeirantes e BandNews TV, nesta segunda-feira (29/07), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), explicou as principais medidas que levaram o estado a atingir quedas significativas nos índices de criminalidade nos últimos anos e criticou a proposta do Ministério da Justiça e Segurança Pública de inserir na Constituição o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
“Temos que combater o crime, não ter tutela federal”, ressaltou, defendendo a autonomia dos estados na área.
Recentemente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, propôs a inclusão do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) na Constituição.
“Me estranhou a pequenez da proposta”, criticou, ao alegar que esperava ações efetivas para o controle das fronteiras, por exemplo, com investimentos em satélites e drones para operações nestas parcelas do território brasileiro.
Caiado foi convidado para a entrevista, em repercussão ao Congresso do Conselho Nacional dos Comandantes-Gerais (CNCG) das Polícias Militares do Brasil, realizado no último dia 25 em Goiânia. Na ocasião, o governador detalhou o trabalho para diminuir as taxas de criminalidade no estado, especialmente os números de ocorrências como homicídios dolosos, roubos de carga e de veículos.
Para o governador, a segurança pública deve ficar livre de tutela federal e levar em conta o conhecimento da realidade da área.
“Se quer conversar sobre segurança pública, converse com quem não fica na teoria. Converse com quem na prática pode mostrar experiência”, sugeriu.
Caiado propôs a construção um sistema nacional que desafogue pontos críticos no combate aos “crimes federais” e que hoje são quase que integralmente assumidos pelos estados, como lavagem de dinheiro, contrabando de armas e drogas.
O chefe do Executivo de Goiás comparou as contrapartidas financeiras de cada ente na área. Em Goiás, citou ele, o Governo do Estado investiu cerca de R$ 17 bilhões entre 2019 e 2023. No mesmo período, a União destinou apenas R$ 970 milhões ao estado. Para o governador, o debate sobre o assunto requer seriedade para “resgatar aquilo que a sociedade demanda”.
“75% da população hoje está preocupada com a violência que toma conta do país”, acrescentou.