Hoje é 7 de julho de 2024 09:56
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Bolsonaro é declarado inelegível por 8 anos após ataques ao sistema eleitoral

Após quatro sessões de julgamento, o placar de 4 votos a 1 contra o ex-presidente foi alcançado com o voto da ministra Cármen Lúcia
O TSE julga a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada | Foto: Tânia Rego

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado nesta sexta-feira (30/6) inelegível por oito anos pela maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com o entendimento, o ex-presidente ficará impedido de disputar as eleições até 2030. Cabe recurso contra a decisão. 

Após quatro sessões de julgamento, o placar de 4 votos a 1 contra o ex-presidente foi alcançado com o voto da ministra Cármen Lúcia. Ela adiantou que acompanharia a maioria pela condenação de Bolsonaro.

O TSE julga a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT. 

Conforme o entendimento já firmado, Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O ex-presidente fez a reunião dentro do Palácio da Alvorada. Além disso, houve transmissão do evento nas redes sociais de Bolsonaro e pela TV Brasil, emissora pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). 

Na avaliação da ministra Carmem Lúcia, a reunião foi convocada por Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE. Cármen Lúcia afirmou que o ex-presidente fez um “monólogo”, sem passar a palavra para perguntas dos embaixadores presentes. 

“Se tratou de um monólogo em que se teve a autopromoção, desqualificação do Poder Judiciário. A crítica faz parte. O que não se pode é o servidor público, no espaço público, fazer achaques contra os ministros do Supremo como se não estivesse atingido a instituição”, afirmou. 

Nas sessões anteriores, o relator, Benedito Gonçalves, e os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares também votaram pela condenação. 

Presidente diz que levou facada nas costas

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que levou “uma facada nas costas” após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos.

“Há pouco tempo tentaram me matar em Juiz de Fora, levei uma facada na barriga. Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade.”

Bolsonaro disse que acredita que tenha sido “a primeira condenação por abuso e poder político”. “Um crime sem corrupção”, acrescentou.

“Isso é crime? Abuso de poder político? Por defender algo que eu sempre defendi quando parlamentar (o voto imprensso)?”

Parlamentares comemoram decisão

Parlamentares também comentarm decisão do TSE. O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) comentou que houve flagrante abuso de poder político.

“Ao tornar Bolsonaro inelegível por oito anos, o TSE condena o flagrante abuso de poder político na reunião com embaixadores estrangeiros meses antes da eleição. E mais importante: reafirma que ataques às urnas e à democracia não são permitidos no Brasil”, afirmou.

Já o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) publicou um vídeo em que ganeses carregam um caixão. “Acabou! Bolsonaro está inelegível”, escreveu. “A História já deu provas de que hoje é nosso GRANDE DIA!”, completou.

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