O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em Goiânia neste domingo (27/10), segundo turno das eleições, para apoiar seu candidato a prefeito da capital, Fred Rodrigues (PL), junto ao deputado federal Gustavo Gayer (PL), negou que haja racha na direita. Fred disputa a prefeitura com Sandro Mabel (UB), candidato de Ronaldo Caiado.
Bolsonaro também acompanhou a votação do candidato do PL a prefeito de Aparecida de Goiânia, Professor Alcides, que votou pela manhã no Colégio Cecília Meirelles. Estavam presentes o vice de Alcides, Max Menezes, o senador Wilder Morais, presidente estadual do PL, além do prefeito Vilmar Mariano (UB), Gustavo Gayer e Fred Rodrigues.
Enquanto acompanhava Rodrigues até a cabine de votação, Bolsonaro comentou sobre a operação da Polícia Federal contra Gayer, ocorrida na sexta-feira, e criticou a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele também afirmou que não há “racha na direita”, contrariando interpretações de alguns fatores nestas eleições.
“Só tem em cima da direita, em cima da esquerda não tem nada. Não tá colando mais esse tipo de ação. E caiu, para variar, com o mesmo ministro do Supremo (Alexandre de Moraes). Sempre ele, sempre o mesmo. Tem que enfrentar e não é de hoje”, disse Bolsonaro sobre a ação da PF, que investiga Gayer por desvio de cota parlamentar e financiamento de atos golpistas de 8 de janeiro.
Na sexta-feira (25/10), a PF cumpriu 19 mandados de busca contra Gayer e seus aliados, apreendendo R$ 72 mil com um assessor do deputado. Na ocasião, Gayer criticou a operação em suas redes sociais, argumentando que o timing, a dois dias do segundo turno das eleições, visava “claramente prejudicar seu candidato” em Goiânia.
Bolsonaro também atacou Moraes pela suspensão do X, antigo Twitter, no Brasil, afirmando que isso “prejudicou sua comunicação com o eleitor”. “Eu deixei de me contatar com 14 milhões de pessoas nas eleições agora. Esse é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, disse o ex-presidente.
O X foi suspenso entre o fim de agosto e o início de setembro, voltando a funcionar em 8 de outubro, dois dias após o primeiro turno. A decisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, mas não envolvia o TSE, ao contrário do que Bolsonaro sugeriu.
Perguntado sobre a disputa entre seu candidato em Goiânia e Sandro Mabel (União), apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União) – com quem Bolsonaro teve um desentendimento recentemente –, o ex-presidente negou a existência de um “racha na direita”.
“Disseram que o Pablo Marçal tinha rachado a direita. Caiu a máscara, não tem racha. A direita, em grande parte, são pessoas conscientes que sabem o que está em jogo”, afirmou Bolsonaro.
“Durante a pandemia, por quatro momentos o Caiado rompeu comigo. Eu fiquei na minha. Sempre o atendi em tudo que foi possível. O Caiado é muito – o que eu vejo – do que ele quer. Se está do lado do candidato dele, tudo bem. Se não está, o bicho complica”.
“Não vim aqui para peitar o cara, muito pelo contrário, eu o respeito. E ele sabe que é mortal Goiânia para ele”, completou o ex-presidente, que deixou aberta a possibilidade de se reaproximar do governador de Goiás após essas eleições.
Além de Goiânia e Aparecida, o PL disputa em Goiás o segundo turno da eleição municipal em Anápolis. O candidato do partido de Bolsonaro, Márcio Correa enfrenta o petista Antônio Gomide, que já foi eleito duas vezes prefeito da cidade. No primeiro turno, Correa teve 49,59% contra 35,45% de Gomide.