Após mais de seis anos do crime, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou nesta quarta-feira (30/10) os responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa, ex-policial militar e autor dos disparos na noite de 14 de março de 2018, recebeu pena de 78 anos e 9 meses de prisão. Élcio Queiroz, também ex-PM e condutor do carro usado no ataque, foi condenado a 59 anos e 8 meses.
Com a delação premiada, as penas de ambos terão redução. Além da prisão, Lessa e Queiroz foram sentenciados a pagar R$ 3,5 milhões em indenizações por dano moral aos familiares das vítimas. O montante inclui valores para o filho de Anderson, Arthur, a viúva Ághata Arnaus, e para a filha, mãe e viúva de Marielle.
Os condenados deverão pagar pensão a Arthur, filho de Anderson, até que ele complete 24 anos. A quantia será baseada em dois terços do salário que Anderson recebia. Além disso, Lessa e Queiroz arcarão com as custas do processo, segundo a decisão da juíza Lúcia Glioche.
A leitura da sentença foi recebida com emoção pelas famílias de Marielle e Anderson, que se abraçaram após o veredito. A família de Marielle já sinalizou que continuará a luta para responsabilizar os mandantes dos assassinatos, apontados como os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa.
Antônio da Silva Neto, pai de Marielle, ressaltou no Tribunal de Justiça que a busca por justiça ainda não terminou. Os julgamentos dos supostos mandantes ocorrerão no Supremo Tribunal Federal, mantendo viva a luta das famílias por respostas e punições completas no caso.
“Não acaba aqui porque tem mandantes. E agora a pergunta que nós vamos fazer é: ‘Quando serão condenados os mandantes?’ Porque aquele choro que eles exibem nas suas oitivas, pra mim, não é um choro sincero. O choro sincero foi o nosso, porque nós perdemos a nossa filha, a Agatha perdeu o Anderson e a Mônica perdeu a Marielle”, afirmou seu Antônio.