O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou nesta sexta-feira (28/7) em Goiânia de um encontro com empresários do agronegócio, indústria, comércio e serviços promovido pelo senador Jorge Kajuru (PSB), na sede da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).
Alckmin tem feito um giro pelo país para ouvir governos e empresários locais e debater o processo de neoindustrialização brasileiro. Ele preside o CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial), responsável por construir, até o final do ano, uma nova política industrial para o Brasil. Nas últimas semanas, esteve no Paraná, Amazonas, Espírito Santo e São Paulo. Na próxima semana, já tem agenda confirmada no Rio Grande do Sul.
Nesta sexta, em Goiás, recebeu de representantes dos empresários e agropecuaristas locais demandas sobre temas como reforma tributária, crédito para micro e pequenas empresas, energia, logística, entre outros. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, presente ao evento, pediu auxílio de Alckmin para que as propostas de seu governo e dos empresários de Goiás para a reforma tributária sejam analisadas em Brasília.
Em resposta, ouviu do vice-presidente que, da mesma forma como fez quando o texto da reforma tramitava na Câmara, conversará com o relator da reforma tributária no Senado para arredondar ao máximo o texto.
“Com um objetivo: atrair mais investimento, gerar mais emprego, reduzir o custo brasil e a gente poder crescer ainda mais”, afirmou.
Para Alckmin, o único caminho é o do diálogo.
“O presidente Lula é o homem do diálogo. Quando a gente ouve bastante, a gente erra menos. E o Senado vai ouvir, ouvir, ouvir, ouvir até dar a palavra final”, pontuou.
Neoindústria: ‘Goiás está no centro, é a melhor esquina do Brasil’
O ministro reforçou que a nova indústria brasileira precisa ser exportadora, inovadora e verde.
“E Goiás está no centro. É a melhor esquina do Brasil”, ressaltou, referindo-se aos avanços logísticos gerados a partir da inauguração das obras da Ferrovia Norte-Sul num dos principais polos do agronegócio do Centro-Oeste, ligando Goiás ao Porto de Santos, além dos avanços nas obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), o que facilitará o escoamento.
Alckmin fez um balanço dos avanços promovidos pelo governo, até o momento, no sentido de desburocratizar processos para o setor produtivo – como a simplificação dos certificados de origem para exportações de carne de frango para o Reino Unido e as licenças flex para múltiplas operações de importação e exportação. E voltou a afirmar que, para o próximo ano, está negociando com o Ministério da Fazenda a implantação de um programa de modernização do parque industrial brasileiro através do mecanismo da “depreciação acelerada”.
‘O que fazer depois da reforma tributária? Desonerar a folha’
Ao fazer uma análise de cenário futuro, o vice-presidente apontou a questão do emprego como “o problema do futuro”. Diante de novos desafios como a automatização dos setores primário, secundário e até terciário, Alckmin vê como única saída estimular a criação de emprego e a geração de renda.
“O que fazer depois da reforma tributária? Desonerar a folha. Pra dizer assim: empregue mais, contrate mais gente, dê aumento de salário, registre [os funcionários]. Tudo o que a gente puder fazer para estimular quem contrata, e não punir quem contrata, mas estimular que contrate mais, é extremamente importante”, disse.
Alckmin defendeu como prioridade da gestão do presidente Lula buscar, de um lado, eficiência econômica, reformas, eficiência de custos; e, de outro, fortalecer a rede de proteção social diante de uma tendência de crescimento das desigualdades sociais.
Fávaro destaca avanços e anuncia PAC da agricultura
Também participou do evento com empresários goianos o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que entrou por videoconferência por estar em viagem a Tóquio. O ministro ressaltou os resultados da safra recorde registrados neste ano e os esforços do governo do presidente Lula em abrir mercado internacionais antes restritos, reforçando a priorização no estímulo ao desenvolvimento do setor agropecuário. E deu alguns exemplos de novos mercados conquistados.
“Nesses 7 meses abrimos 25 mercados novos. Ampliamos, por exemplo, o mercado chinês para proteínas animais; abrimos mercado de bovinos e suínos para o México, o que há 20 anos tentávamos sem sucesso; abrimos mercado do algodão brasileiro para o Egito, considerado melhor algodão do mundo; ampliamos, com a ajuda do MDIC (que simplificou a emissão de Certificados de Origem para exportação, reduzindo o custo a zero), o mercado de aves para o Reino Unido”, elencou o ministro.
Ele também anunciou que, pela primeira vez na história, haverá um PAC para a agricultura.
“Mais um reconhecimento do presidente Lula, que não tem preconceito com o agro, que sabe da força e importância da agropecuária”, destacou.