Servidores administrativos da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia cruzaram os braços nesta terça-feira (27/2). É a segunda vez em quatro meses que a categoria faz uma paralisação. Em algumas escolas e Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil), as atividades educacionais foram impactadas, com suspensão do atendimento. Os servidores reivindicam a apresentação do Plano de Carreira, prometido pela prefeitura.
Os administrativos aproveitaram a sessão plenária da Câmara Municipal para pedir apoio dos vereadores da capital às suas reivindicações. Nas galerias eles fizeram barulho e exigiram que a prefeitura apresente um plano de carreira.
Segundo a vereadora Kátia Maria (PT), que é professora e vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara, os administrativos fazem uma reivindicação “muito justa” já que, durante uma greve de mais de 40 dias, a categoria firmou um acordo mediata pelo Tribunal de Justiça.
“Mas a Prefeitura até agora não cumpriu, já fez três reuniões com esse desembargador e eles não conseguem apresentar uma proposta. Na medida que não tem uma proposta, está vencendo o prazo da prefeitura, porque todos os projetos que interferem em aumentos salariais precisam ser aprovados até o dia 5 de abril, devido à legislação eleitoral”, afirma Kátia Maria.
Segundo a vereadora, tem servidor administrativo (porteiros, merendeiras) ganhando menos de um salário mínimo..
“Eu quero inclusive dizer aos pais e responsáveis que, se quisermos uma educação de qualidade, a primeira questão é valorizar a carreira, apoiar esses profissionais”, acrescenta a vereadora, destacando, ainda que apesar de a Secretaria de Educação fazer alguns gestos de que está interessada em resolver, não há um encaminhamento prático da questão.
A parlamentar aponta ainda um “jogo de empurra entre secretarias de Educação, Finanças e Administração”, que pode inviabilizar a aprovação do plano de carreira, já que a legislação eleitoral veda melhorias salariais no período que antecede a eleição
“O secretário precisa ter a autonomia para fazer o debate da educação e tomar as medidas necessárias, senão fica a Secretaria de Educação, a Secretaria de Administração, a Secretaria de Finanças… É necessária uma decisão política do prefeito, uma decisão de quem quer resolver o problema da cidade”, diz.
Diante do impasse, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) convocou os administrativos da Rede Municipal de Educação para uma assembleia na tarde desta terça-feira, às 17h, a ser realizada no Cepal do Setor Sul.
Nota da Secretaria Municipal de Educação
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) afirma que está agendada uma reunião no dia 4 de março, para tratar sobre a finalização do Plano de Carreira dos Administrativos da Educação, e que este é o prazo estabelecido pelo desembargador Fernando Braga do Tribunal de Justiça (TJ-GO), para a apresentação da proposta. Ressalta também que mantém o diálogo com a categoria e aguarda a reunião para que o Plano de Carreira seja finalizado.