O Estado de Goiás está em situação de emergência em saúde pública desde a última sexta-feira (03/02), após determinação do governador Ronaldo Caiado, após a Secretaria Estadual de Saúde registrar, por quatro semanas consecutivas, uma taxa de incidência de casos suspeitos de dengue acima do limite estabelecido no Plano de Contingência Estadual para Arboviroses.
O decreto concede autorização para a tomada de medidas preventivas visando evitar internações, casos graves e mortes. A Secretaria da Saúde de Goiás (SES) reportou 22.275 casos de dengue e duas mortes em 2024, representando um aumento de 58% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O governador Ronaldo Caiado apelou à população para intensificar o combate aos criadouros do mosquito aedes aegypti, destacando a responsabilidade coletiva na limpeza para evitar a proliferação. “O lixo, a sujeira é o meio de proliferação do mosquito. Então, a limpeza deve continuar sendo feita. A responsabilidade é de todos nós”, ressaltou.
O decreto autoriza a dispensa de licitação e a implementação de medidas administrativas e assistenciais para conter o aumento de casos, incluindo aquisição pública de insumos e materiais, doação e cessão de equipamentos e bens, e contratação de serviços.
Municípios goianos intensificam ações de combate à dengue, como Aparecida de Goiânia, Uirapuru, São Luiz do Norte, Ceres, São João D’Aliança, Goianésia, Ouvidor, Acreúna, Britânia, Orizona, Turvelância, Itajá, Santa Helena, Araçu, Jussara, Palmelo, Jaraguá, Crixás, Rialma e Bonfinópolis.
Até agora, 51 gabinetes foram instalados, e a SES capacitou representantes de 91 municípios de alto risco para o desenvolvimento da dengue. O Governador Caiado reuniu-se com prefeitos e secretários municipais de saúde, instando o empenho na instalação e funcionamento dos Gabinetes de Combate à Dengue.
A situação é parte de um cenário nacional alarmante, com o Brasil registrando 392.724 casos prováveis de dengue e 54 mortes confirmadas em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Outros 273 óbitos estão em investigação. Quatro estados e o Distrito Federal decretaram situação de emergência em saúde pública, enquanto o município do Rio de Janeiro também enfrenta a mesma condição.
O país estima contabilizar mais de 4,1 milhões de casos em 2024, e a vacinação está sendo iniciada em 521 municípios considerados endêmicos para a doença, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária com maior índice de hospitalizações por dengue, após os idosos.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) anunciou a confirmação de 1.104 casos de dengue nas primeiras cinco semanas de 2024, instigando preocupações nas autoridades de saúde. O titular da SMS, Wilson Pollara, ressalta a necessidade da colaboração da população, destacando que 75% dos focos estão dentro das residências. O Boletim Epidemiológico nº5 também destaca dois casos graves, alertando para a importância da prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas da dengue, mas também de zika e chikungunya.
Além das ações contínuas da gestão municipal, como visitas domiciliares, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) pede a colaboração da população na correta disposição de resíduos para evitar a proliferação do mosquito. Os sintomas da dengue, que vão desde febre alta até dores musculares intensas e manchas vermelhas no corpo, são destacados. A população pode denunciar possíveis focos através do aplicativo “Goiânia contra o Aedes”, enquanto a limpeza de lotes baldios está sujeita a multas, visando combater a proliferação do mosquito e garantir a saúde pública.