O veneno que matou Luzia Tereza Alves (86 anos) e Leonardo Pereira Alves (58 anos) no último dia 17 de dezembro foi comprado uma semana antes pela advogada Amanda Partata de acordo com informações do delegado Carlos Alfama, em coletiva de imprensa realizada nesta manhã de sexta (29).
Essa informação foi confirmada após a quebra de sigilo fiscal que resultou na identificação de uma nota fiscal com o nome, CPF e endereço de Itumbiara onde a advogada recebeu a encomenda de um laboratório. O conteúdo do recipiente com 100 gramas, que não teve o nome revelado por motivos de segurança, foi diluído em dois dos quatro potes de bolo servidos no café da manhã na data do crime.
O delegado responsável pelo caso do duplo homicídio apresentou todas as provas levantadas durante os 12 dias de investigações, que segundo Alfama são “concretas e irrefutáveis” e estão detalhadas nas mais de 350 páginas do inquérito que ouviu mais de 40 pessoas, incluindo o motorista de aplicativo que entregou a encomenda contendo o veneno.
“Motivada por um sentimento de rejeição e para causar máxima dor ao ex-namorado”, diz delegado
Segundo Carlos Alfama, o primeiro passo na elucidação dos fatos foi a presença da advogada no local do crime, um dia após o ocorrido. O segundo passo envolveu seu depoimento na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), onde ela resistiu a mostrar seu celular, indicando uma viagem de Uber até a casa da família no dia do crime.
O delegado destacou que Amanda Partata já era investigada pelas mais de 100 ameaças feitas ao ex-namorado e sua família após o término do relacionamento no mês de julho deste ano. Alfama reafirmou que todos os passos da advogada foram monitorados por câmeras de segurança desde sua chegada de Itumbiara até o momento de sua chegada ao local do crime.
O delegado também revelou detalhes do depoimento da advogada que revelaram que ela envenenou os familiares “movida por um sentimento de rejeição e para causar máxima dor ao ex-namorado”, disse Alfama.
Histórico de falsa gravidez
Outra questão abordada pela Polícia Civil em primeira mão sobre o caso, foi a investigação que confirmou a falsa gravidez anunciada por Amanda. Em busca realizada essa semana em sua casa, em Itumbiara, os policiais encontraram exames que revelam que Amanda esperava pela filha anunciada às famílias e amigos em chá de revelação feito esse ano.
Após a divulgação do caso pela imprensa, a PC-GO também recebeu depoimentos oficiais de pelo menos cinco ex-namorados que afirmaram terem sido vítimas de Amanda Partata sobre falsas gestações para manter relacionamentos e extorquir os então parceiros. Por fim, o delegado relatou que após a conclusão da investigação,Partata em seu último interrogatório optou por permanecer em silêncio diante de todas as provas apresentadas.
A investigação contou com a colaboração de diversas forças policiais, incluindo a Delegacia de Crimes Cibernéticos, Delegacia de Crimes Tributários e Regional de Itumbiara, bem como a Polícia Militar de Goiás. Agentes, escrivães e peritos criminais da Polícia Civil analisaram mais de 50 horas de imagens de videomonitoramento da investigada.