Após reunião com o CEO da Equatorial Energia, Lener Jayme, na tarde de segunda-feira (2/10), deputados estaduais não descartam criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da empresa, que comprou a Enel Goiás em 23 de setembro de 2022, por R$ 1,57 bilhão. A reunião serviu tratar de problemas recorrentes na prestação do serviço, em Goiás, como quedas de energia e falta de estrutura para instalação de ar-condicionado em escolas.
O encontro ocorreu no gabinete da presidência da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e contou com participação do presidente, Bruno Peixoto (UB), e dos deputados Talles Barreto (UB), Gugu Nader (Agir), Bia de Lima (PT), Clécio Alves (Republicanos), Veter Martins (Patriota), Amauri Ribeiro (UB) e Coronel Adailton (Solidariedade).
De acordo com Bruno Peixoto, na reunião ficou acertado que, em 15 dias, um diretor nacional e outros representantes da Equatorial participarão de uma audiência pública a ser realizada na Alego, quando apresentarão os investimentos feitos e os que ainda serão realizados para solução dos problemas. A audiência será promovida em conjunto com as Comissões de Educação, Defesa dos Direitos do Consumidor e Minas e Energia.
O presidente da Alego revelou que um dos temas a serem tratados nessa audiência é o caso de escolas públicas e da rede privada que possuem ar-condicionado, mas não podem ser usados porque a rede de energia não tem capacidade para suportar o funcionamento dos aparelhos.
“Estamos cobrando todas essas ações. E que sejam respostas rápidas. E nos asseguraram que vão apresentar soluções”, adiantou.
Bruno ressaltou também que a criação de uma CPI para tratar do problema não está descartada: “Sem sombra de dúvidas. Se não apresentarem soluções, se não forem convincentes e não agirem, a Assembleia Legislativa dará respostas, sim, por meio de uma CPI”, afirmou.
Segundo Bruno, o CEO da Equatorial garantiu que a empresa está trabalhando para reduzir o número de quedas de energia ainda em 2023.
“E nós queremos mais. Estamos aqui cobrando da empresa ações concretas, porque não apoiamos esse descaso com o consumidor. E a Equatorial vai apresentar para nós e para toda a população esse plano para redução dos problemas”, salientou.
‘A gente espera que a Equatorial dê uma resposta em tempo ágil’
A presidente da Comissão de Educação, Bia de Lima (foto), considerou que a reunião foi produtiva, pois viabilizou a realização de uma audiência com representantes da empresa. Ela afirmou que, pela urgência da pauta, a audiência será realizada o mais breve possível e ressaltou que a falta de condições para instalar ar-condicionado em escolas está se tornando um problema grave.
“As crianças e jovens têm dificuldade de assistir aula com tanto calor. É uma situação insuportável. E, às vezes, falta apenas colocar um poste para instalar o ar-condicionado”, explicou.
Bia afirmou que a criação da CPI vai depender das respostas da Equatorial para a solução dos problemas.
“O que não dá é entrar ano e sair ano com o problema sempre nas costas do consumidor. É o pequeno produtor que perde o seu produto, é uma situação que sempre se agrava. Hoje, todo o mundo está gastando muito dinheiro para comprar geradores. Então, a situação, aqui, em Goiás, é realmente muito difícil e a gente espera que a Equatorial possa dar uma resposta em tempo ágil”, assinalou.
CPI – Durante a sessão do dia 28/9, o deputado Gugu Nader (foto) demonstrou preocupação e indignação com o serviço de distribuição de energia da Equatorial em todo o Estado de Goiás. Em discurso, o deputado ele fez críticas e expôs seu descontentamento devido às frequentes quedas de energia que têm afetado as cidades goianas e seus moradores. O deputado anunciou que buscará apoio parlamentar para criação de uma CPI com o objetivo de investigar as práticas e políticas da Equatorial relacionadas ao fornecimento de energia em Goiás.