Hoje é 23 de novembro de 2024 09:09

Ex-diretor da Polícia Federal é preso por suposta interferência no 2º turno das eleições

Silvinei Vasques é o alvo principal da Operação Constituição Cidadã, que investiga o suposto uso da máquina pública para dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022
Silvinei Vasques assumiu a chefia da PRF em abril de 2021 | Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso na manhã desta quarta-feira (9/8), durante operação que apura suposta interferência nas eleições 2022. Agentes da Polícia Federal (PF) realizaram a prisão em Florianópolis.

O aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser transferido para Brasília ainda hoje. Ele é alvo principal da Operação Constituição Cidadã.

As investigações também acontecem em dez endereços em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A ofensiva tem o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou que 47 agentes da corporação prestem depoimento sobre o caso.

De acordo com a PF, a “Constituição Cidadã” investiga o suposto uso da máquina pública para interferir no segundo turno do pleito do ano passado, com o direcionamento de recursos, por parte de integrantes da PRF, para dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022.

“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, disse a corporação.

São investigados crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal. Além disso, também são investigados delitos descritos no Código Eleitoral: “impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio” e “ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato”.

Silvinei Vasques assumiu a chefia da PRF em abril de 2021, quando foi empossado o ex-ministro da Justiça Anderson Torres – alvo de investigação por suposta omissão ante os atos golpistas de 8 de janeiro.

O ex-diretor da PRF se aposentou em dezembro do ano passado, aos 47 anos. Ele é alvo de investigação não só pelas blitze da PRF em meio ao segundo turno das eleições, mas também pela conduta antes os bloqueios de rodovias que ocorreram após Luiz Inácio Lula da Silva sair vitorioso das urnas.

Ele ainda é acusado de improbidade administrativa e uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura de Bolsonaro.

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