O governador Ronaldo Caiado (UB) comentou a polêmica declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no sábado (5/8), defendeu maior protagonismo econômico e político dos estados do Sul e do Sudeste em resposta aos do Norte e Nordeste.
“O Centro-Oeste, no que depender de Goiás, será sempre este elo forte para nunca deixar avançar nenhum sentimento separatista, o que é responsabilidade de todos nós, governadores e governadoras”, escreveu Caiado em suas redes sociais no domingo (6/8).
Ao se referir à Reforma Tributária proposta pelo governo federal, Zema comparou os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste com vaquinhas que produzem pouco e recebem bom tratamento, enquanto os estados do Sul e Sudeste, segundo ele, produzem mais e são deixados de lado. Nas redes, o governador de Minas Gerais foi apoiado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
“Sobre a polêmica a respeito de falas de colegas governadores neste final de semana, meu sentimento é que a Reforma Tributária está estressando todos nós”, disse Caiado.
Para o governador goiano, as mudanças propostas no texto da reforma “trazem mais divisões e problemas do que soluções ao País”.
Ainda, o governador de Goiás propôs que os gestores estaduais devem se unir e lutar pela autonomia dos Estados.
“O Conselho Federativo pode ser bom para alguns neste momento, mas amanhã o pêndulo muda de lado”, disse Caiado.
De acordo com o texto atual da reforma, aprovado na Câmara e enviado ao Senado, o Conselho concentrará as decisões sobre a arrecadação e será composto por representantes de todos os estados.
“Concentrar mais poderes na União vai acirrar o enfrentamento entre Estados e estimular uma judicialização sem precedentes”, alertou Caiado.
Há meses, o governador vem participando de reuniões e eventos para discutir a Reforma Tributária e defendendo autonomia dos Estados sobre a utilização dos recursos arrecadados com a tributação, respeitando as características regionais e necessidades específicas de cada local.
“Nossas diferenças não precisam ser sinônimo de divergência”, finalizou Caiado.