A Polícia Civil indiciou o médico Rubens Mendonça Filho pelos crimes homicídio qualificado de dois homens e lesão corporal contra outras duas pessoas no caso do acidente ocorrido na avenida T-63, em Goiânia, em abril deste ano. O laudo da Volvo indica que o suspeito atingiu motociclista e passageiro a pelo menos 148 km/h, o valor excede o limite de velocidade da via quase três vezes.
Leandro Fernandes Pires, de 23 anos, e David Antunes Galvão, de 21 anos, morreram na hora. Outras duas pessoas em veículos distintos ficaram feridas, mas sem risco de morte. De acordo com a análise da empresa automobilistica, o veículo de luxo Volvo XC40 conduzido pelo médico, teve pedal de aceleração pressionado totalmente por 3,5 segundos antes do impacto, e os freios foram acionados 2 segundos antes do impacto.
“Neste ponto, o controle de estabilidade do veículo passa a regular a trajetória para prevenir derrapagens durante a movimentação do volante”, indica o relatório.
A conclusão é de que o veículo foi exposto a impacto frontal moderado porque não teve tempo hábil para frear totalmente para prevenir o acidente. Entretanto, ressalta que os sistemas de frenagem e de segurança, cinto e airbags, funcionaram devidamente.
De acordo com o delegado Hellyton Carvalho, o investigado assumiu o risco de matar as vítimas e o cometeu por “motivo fútil”, uma vez que ficou confirmado que ele estava “testando a potência” de seu carro quando provocou o acidente.
As investigações comprovaram ainda que Rubens subiu o viaduto da T-63 em alta velocidade e chegou a jogar ‘luz alta’ para que os outros carros se afastassem e ele pudesse passar. Como isso não aconteceu, o investigado fez a ultrapassagem pela contramão e, ao voltar para a via correta, perdeu o controle da direção.
“No primeiro depoimento que prestou informalmente, (o indiciado) alegou que estava dentro do limite de velocidade e que acelerou após ser fechado. No depoimento formal na delegacia, que durou mais de duas horas, passou a alegar que de fato estava acima do limite de velocidade”, contou Carvalho.