Um grupo econômico, dono de uma rede de bares e restaurantes em Goiânia, está sendo investigado por suspeita de sonegação de impostos. Nesta sexta-feira (8/11), a Polícia Civil de Goiás, através da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (Dodge), em parceria com a Secretaria de Estado da Economia, cumpriu mandados de busca e apreensão em seis desses estabelecimentos, situados em bairros nobres da capital.
A chamada Operação Maillard apura crimes de sonegação fiscal, associação criminosa e falsidade ideológica. Segundo o delegado adjunto Bruno Costa e Silva, a investigação teve início há cerca de um ano, quando auditores fiscais identificaram inconsistências nos tributos recolhidos pela rede de restaurantes.
“Essas empresas do ramo de gastrobares apresentavam um recolhimento de impostos abaixo do esperado, em comparação com o volume de operações reais”, explicou Costa e Silva.
Conforme as investigações avançaram, os policiais descobriram que o grupo criava empresas em nome de “laranjas” — pessoas usadas como donas de fachada para esconder os verdadeiros proprietários.
“Eles registravam empresas em nome de interpostas pessoas, laranjas, então não eram os reais proprietários”, detalhou Costa e Silva. Ele explica que isso permitiu que os responsáveis continuassem operando, mesmo após terem sido autuados em anos anteriores por fraudes semelhantes. “Eles começaram a abrir outras unidades e colocaram essas empresas em nome de terceiros, mudando inclusive o CNPJ”, acrescentou o delegado.
Até o momento, a investigação identificou quase R$ 3 milhões em dívidas tributárias, mas o valor total da sonegação pode ultrapassar R$ 9 milhões. Em alguns dos restaurantes, foram apreendidas diversas máquinas de cartão de crédito, que eram usadas para ocultar parte dos lucros e, assim, reduzir o pagamento de impostos. Segundo o delegado fiscal Ricardo Lucena, foram capturados também os dados financeiros dessas máquinas, que vão ajudar a calcular o valor total sonegado.
Durante a operação, um dos empresários foi preso em flagrante ao ser encontrado com 250 munições de arma de fogo sem registro. Essa descoberta foi considerada um “encontro fortuito” pelos policiais, pois não fazia parte da investigação inicial.
“Essa prisão não estava relacionada ao caso de sonegação em si, mas ocorreu por conta do flagrante ao localizar essas munições em situação irregular”, esclareceu Costa e Silva.
Os bares e restaurantes investigados têm unidades em bairros nobres de Goiânia, como Marista, Setor Oeste, Eldorado e na região dos Jardins, na GO-020. Também foi identificado o envolvimento de um atacadista de carnes, fornecedor da rede, que emitiria notas fiscais falsas para registrar compras fictícias. Segundo os investigadores, esse atacadista ajudava o grupo a reduzir artificialmente o valor dos impostos devidos, criando registros de operações inexistentes.
“Temos evidências de que esse atacadista fornecia não só os produtos, mas também documentos fiscais falsos, que não condizem com a realidade da quantidade de mercadorias fornecidas”, explicou Costa e Silva.
Lucena acrescentou que a prática foi sofisticada, mas que, com o avanço da tecnologia e da inteligência fiscal, as fraudes puderam ser identificadas. “Esse grupo utilizava um sistema bastante sofisticado de fraudes, mas com o trabalho de cruzamento de dados, as irregularidades vieram à tona”, disse o delegado.
Polícia Civil prende suspeitos de roubo de defensivos agrícolas
A Polícia Civil de Goiás, através da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), prendeu nesta quarta-feira (6/11) cinco suspeitos de integrarem uma associação criminosa especializada em roubo de defensivos agrícolas. A chamada “Operação Safra Segura” mobilizou as polícias de Goiás, São Paulo e Minas Gerais no cumprimento das ordens judiciais.
A investigação começou depois de um assalto ocorrido em 31 de janeiro de 2023, quando criminosos armados invadiram uma empresa em Jataí, Goiás, e mantiveram funcionários em cárcere privado para roubar defensivos agrícolas avaliados em mais de R$ 1,5 milhão.
Além das prisões temporárias, foram cumpridos ainda nove mandados de busca e apreensão. As diligências ocorreram nas cidades de Mogi Guaçu e Orlândia, em São Paulo, e em Andradas e Jacutinga, em Minas Gerais. Durante as ações, em Mogi Guaçu, foi apreendido um arsenal que inclui uma pistola calibre .380 com 100 munições, um colete balístico, placas e rastreadores veiculares, além de dispositivos eletrônicos como notebooks e celulares.
Um dos suspeitos foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. A Polícia Civil informa que deve continuar apurando o caso com o objetivo de identificar e capturar outros integrantes da rede criminosa.
Polícia Civil prende 3 suspeitos de matarem advogado em Rio Verde
A Polícia Civil de Goiás, com o apoio das polícias civis de Mato Grosso e do Distrito Federal, prendeu nesta quinta-feira (7) três suspeitos de envolvimento na execução do advogado Cássio Bruno Barroso, em Rio Verde, Goiás. A ação cumpriu ainda onze mandados de busca e apreensão, realizados em nove cidades distribuídas nos estados de Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal.
As investigações indicam que os detidos integravam um grupo criminoso residente fora de Goiás. Eles teriam chegado a Rio Verde em setembro e dedicado vários dias a monitorar a rotina da vítima.
Para isso, os criminosos fizeram uso de recursos tecnológicos, como drones e rastreadores veiculares, com o objetivo de planejar e executar o crime, que aconteceu em 3 de outubro deste ano. Segundo a Polícia Civil, os presos deverão responder por homicídio qualificado e organização criminosa, juntamente com outros envolvidos já detidos no decorrer das investigações.