O Brasil perdeu um ícone do boxe nesta quinta-feira (24/10), com a morte de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, aos 66 anos, em São Paulo. O ex-peso-pesado sofria de encefalopatia traumática crônica (ETC), diagnosticada em 2013. Maguila estava internado há 28 dias e enfrentava complicações de saúde, incluindo um nódulo no pulmão que lhe causava dores e acúmulo de líquidos. Sua esposa, Irani, relatou o difícil processo de tratamento à imprensa.
Maguila passava por cuidados no Centro Terapêutico Anjos de Deus, em Itu, onde tratava da ETC. Ele deixa sua esposa e três filhos: Edimilson, Adenilson e Adilson Júnior. A instituição informou que o quadro clínico do ex-boxeador piorou nos últimos dias, resultando em sua morte. A demência pugilística, que afeta muitos lutadores, foi o resultado de anos de golpes recebidos no ringue.
Nascido em Aracaju, em 1958, Maguila construiu uma carreira notável entre 1983 e 2000. Em 85 lutas profissionais, venceu 77, sendo 61 por nocaute. Entre os confrontos mais marcantes está a luta contra George Foreman, que o nocauteou. Inspirado por lendas como Muhammad Ali e Éder Jofre, Maguila se tornou o principal nome do boxe brasileiro em sua categoria.
Maguila no auge, em 1989, enfrentando Evander Holyfield
Seu primeiro título brasileiro foi conquistado em 1983, ao vencer Waldemar Paulino no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Em 1984, tornou-se campeão sul-americano ao derrotar Juan Antonio Figueroa, mantendo o título por uma década. Sua trajetória no boxe solidificou sua posição como um dos grandes atletas do país, dominando a categoria de peso-pesado no Brasil por mais de 10 anos.
Em nota, o Ministério dos Esportes lamentou a morte de Maguila e se solidarizou com amigos e familiares do atleta do boxe. “O Ministério do Esporte (ME) lamenta o falecimento de José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, um dos maiores nomes da história do boxe brasileiro. Fora dos ringues, Maguila era conhecido por seu carisma e generosidade, sempre defendendo causas sociais e usando sua fama para ajudar os menos favorecidos. O ME reconhece a importância de Maguila para o esporte nacional e presta suas condolências à família, amigos e fãs que o acompanharam ao longo de sua brilhante carreira. O Brasil perde não só um ícone do boxe, mas também um homem cuja luta transcende o esporte”, diz trecho da nota.
