O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho para a onda de calor que atinge Goiás e outros estados do Centro-Oeste, Sudeste e Norte. Nessas regiões, as temperaturas devem ser 5°C acima da média, o que, na prática, faz com que os termômetros se aproximem dos 40°C.
O informe de “grande perigo” é ainda agravado pela baixa umidade do ar, que pode chegar a valores abaixo de 12%. Essa situação é um risco para a saúde, principalmente em pessoas com doenças respiratórias, e aumenta a incidência de incêndios florestais, fator que piora ainda mais a qualidade do ar.
De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), a massa de ar quente e seco predomina em todo o estado. Mas o avanço de uma frente fria pela região sudeste do Brasil pode fazer com que haja pancadas isoladas de chuva na parte sudeste de Goiás.
Entretanto, conforme informado pelo órgão, a probabilidade de ocorrência de chuva ainda é baixa. O prognóstico para o fim de semana ainda espera o predomínio de sol, temperaturas máximas em elevação e umidade do ar em declínio.
Saneago informa risco de racionamento de água em Goiás
O período prolongado de seca, somado às altas temperaturas e à baixa umidade do ar, tem reduzido drasticamente a vazão dos mananciais em Goiás, afetando o abastecimento de água em várias cidades. Diante desse cenário, a Empresa de Saneamento de Goiás (Saneago) emitiu um alerta para a população, pedindo a adoção de medidas para economizar água e evitar um possível racionamento.
O Rio Meia Ponte, principal fonte de captação para Goiânia, está em nível crítico 3, com vazão de 2.444,6 litros por segundo, o que levou à redução na captação de água. Segundo a superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Saneago, Camila Roncato, é fundamental a conscientização da população para evitar desperdícios. “Estamos desenvolvendo campanhas para reduzir o uso da água tratada em residências, atividades comerciais e industriais. A pecuária e a agricultura também já reduziram suas captações. Nosso objetivo é atravessar o período de estiagem sem a necessidade de rodízio ou racionamento”, destacou.
A crise hídrica que atinge Goiás faz parte de um contexto mais amplo: o Brasil enfrenta a pior seca dos últimos 44 anos, com muitas cidades do estado já somando mais de 150 dias sem chuvas. A situação tem elevado o consumo de água, especialmente devido às altas temperaturas e à baixa umidade. Especialistas preveem que as chuvas só devem voltar na segunda quinzena de outubro, o que significa mais dias de seca e a necessidade urgente de redução no consumo.
Com a situação de emergência decretada em 25 municípios goianos devido à seca, a Saneago elaborou Planos de Racionamento para as cidades em maior risco de escassez hídrica. Entre elas estão Arenópolis, Bom Jardim, Caiapônia, Iporá, Mozarlândia, Nova Crixás e Porangatu. Esses planos foram submetidos à Agência Goiana de Regulação (AGR) e contêm diretrizes operacionais e comunicacionais para mitigar os impactos da crise.
A Companhia espera que, com a colaboração da população e a execução dos planos preventivos, não seja necessário adotar medidas mais drásticas, como o rodízio de água. No entanto, reforça a importância de todos seguirem as orientações de economia para garantir o fornecimento regular em todas as regiões atendidas.
Recomendações para economia de água
A Saneago reforça que o uso consciente da água é essencial para garantir o abastecimento em todas as regiões. Entre as principais orientações estão:
– Regar plantas e jardins apenas no início da manhã ou fim da tarde.
– Tomar banhos curtos e fechar o chuveiro ao se ensaboar.
– Reutilizar a água da máquina de lavar roupas para outras finalidades.
– Evitar lavar calçadas e carros, utilizando vassoura para áreas externas.
– Consertar vazamentos domésticos com urgência.
A empresa também recomenda que a população fique atenta a qualquer vazamento e comunique imediatamente à Saneago pelos canais de atendimento: 0800 645 0115, WhatsApp (62) 3269-9115, ou via redes sociais.